O ministro do Interior da província paquistanesa de Punyab, a mais populosa do país, morreu neste domingo em um atentado suicida junto a pelo menos outras 15 pessoas, que participavam de uma reunião política.
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“Dois terroristas estavam no local, um no exterior do recinto, e o outro conseguiu entrar no edifício e ficou parado diante do ministro”, declarou Mushtaq Sukhera, chefe de polícia da província.
“Quando o terrorista que estava no exterior fez explodir, o teto do local desabou sobre o ministro e sobre as outras pessoas que estavam no interior”, completou.
Cerca de 40 pessoas participavam neste domingo em uma reunião política do ministro Shuja Kanzada em Shadi Khan, um povoado situado a cerca de 70 km ao noroeste de Islamabad, quando o teto do edifício em que estavam desabou devido à onda expansiva da explosão.
Segundo uma porta-voz policial, 16 pessoas – entre as quais o ministro e dois policiais – morreram e outras 22 ficaram feridas no ataque.
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Este é o ataque mais mortífero no Paquistão desde o duplo atentado suicida em uma igreja de Lahore (leste), a capital de Punyab, que deixou 17 mortos em março.
O ministro e ex-coronel Khanzada, que tinha 71 anos, havia participado na guerra de 1971 entre Índia e Paquistão, e foi adido militar na embaixada paquistanesa de Washington nos anos 1990, antes de dar o salto à política.
Membro da Liga Muçulmana do primeiro-ministro Nawas Sharif, partido governante à escala federal e na província de Punyab, era deputado da circunscrição de Attock e oriundo de Shadi Khan, o lugar onde morreu neste domingo.
“Era um oficial brilhante, cujo sacrifício pela grande causa de limpar o Paquistão (do extremismo) não será em vão”, declarou o poderoso exército em um comunicado.
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– Facção dissidente talibã reivindica atentado –
O duplo atentado suicida foi reivindicado no Twitter por Ehsanulá Ehsanun, porta-voz do TTP Jamaar ul Ahrar, uma facção dissidente dos talibãs paquistaneses.
O porta-voz afirmou que atuaram em “cooperação” com outros jihadistas para “vingar” a morte do chefe do Lashkar e Jhangvi (LeJ), um importante grupo islamita armado.
As forças paquistanesas lançaram em junho de 2014 uma ofensiva no noroeste do país contra os talibãs do TTP – que enfrentam o governo de Islamabad – e seus aliados da Al-Qaeda.
Essa operação se intensificou devido ao massacre realizado pelos talibãs em uma escola militar de Peshawar (noroeste), no último mês de dezembro, no qual morreram 150 pessoas, sobretudo alunos da instituição.
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No final de julho, a polícia paquistanesa matou Malik Ishaq, o influente líder de Lashkar e Jhangvi (LeJ), um grupo extremista sunita próximo à Al-Qaeda e acusado de realizar vários ataques no país.
Segundo as autoridades, Ishaq morreu junto aos outros 13 membros de sua organização, entre eles dois de seus filhos e seu substituto Ghulam Rasool Shah, em um tiroteio com a polícia nos arredores de Muzaffargarh, um Punyab, bastião do LeJ.
Por outro lado, após o atentado deste domingo, o exército anunciou a morte de 40 insurgentes durante ataques aéreos no vale de Shawal, um setor isolado do Waziristão do Norte, zona tribal fronteiriça com o Afeganistão, que serviu de quartel general ao movimento jihadista durante a última década.
Este balanço não pôde ser confirmado por fonte independente, pelo fato de o acesso à região ser proibido aos jornalistas.
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A província de Punyab, a zona do país menos afetada pelos atentados islamitas, é vizinha de Khyber Pakhtunkwa, uma província na qual os talibãs são muito ativos.
* AFP