O ministro do Interior da província paquistanesa de Punyab, a mais populosa do país, morreu neste domingo em um atentado suicida junto a ao menos 13 pessoas, entre elas dois policiais, que participavam de uma reunião política.

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Este é o ataque mais mortífero no Paquistão desde o duplo atentado suicida em uma igreja de Lahore (leste), a capital de Punyab, que deixou 17 mortos em março.

Cerca de 40 pessoas participavam neste domingo em uma reunião política do ministro Shuja Kanzada em Shadi Khan, um povoado situado a cerca de 70 km ao noroeste de Islamabad, quando o teto do edifício que estavam desabou devido à onda expansiva da explosão.

“O ministro do Interior de Punyab, Shuja Khanzada, se tornou um mártir”, informou um funcionário das equipes de resgate, Mohamed Ashfaq. Um conselheiro governamental, Saed Illahi, confirmou sua morte.

As equipes de resgate tentavam encontrar sobreviventes entre os escombros, segundo um fotógrafo da AFP.

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“Uma equipe de militares, com material moderno e treinados especialmente para este tipo de situações, deverá chegar rapidamente ao lugar do ataque para ajudar os socorristas”, assegurou Zahid Saed, alto funcionário local, que temia o aumento do balanço de vítimas no curso da operação de resgaste.

Reivindicação

O atentado ainda não havia sido reivindicado na tarde do domingo, mas pode ser obra de um dos numerosos grupos jihadistas ativos no país.

As forças paquistanesas lançaram em junho de 2014 uma ofensiva no noroeste do país contra os talibãs do TTP – que enfrentam o governo de Islamabad – e seus aliados da Al-Qaeda.

Essa operação se intensificou devido ao massacre realizado pelos talibãs em uma escola militar de Peshawar (noroeste), no último mês de dezembro, no qual morreram 150 pessoas, sobretudo alunos da instituição.

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No final de julho, a polícia paquistanesa matou Malik Ishaq, o influente líder de Lashkar e Jhangvi (LeJ), um grupo extremista sunita próximo à Al-Qaeda e acusado de realizar vários ataques no país.

Segundo as autoridades, Ishaq morreu junto aos outros 13 membros de sua organização, entre eles dois de seus filhos e seu substituto Ghulam Rasool Shah, em um tiroteio com a polícia nos arredores de Muzaffargarh, um Punyab, bastião do LeJ.

Antigo coronel

O ministro e ex-coronel Khanzada, que tinha 71 anos, havia participado na guerra de 1971 entre Índia e Paquistão, e havia sido adido militar na embaixada paquistanesa de Washington nos anos 1990, antes de dar o salto à política.

Membro da Liga Muçulmana do primeiro-ministro Nawas Sharif, partido governante à escala federal e na província de Punyab, era deputado da circunscrição de Attock e oriundo de Shadi Khan, o lugar onde morreu neste domingo.

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A província de Punyab, a zona do país menos afetada pelos atentados islamitas, é vizinha de Khyber Pakhtunkwa, uma província na qual os talibãs são muito ativos.

* AFP