Um funcionário do Ministério Público de Trípoli afirmou nesta quarta-feira que a justiça líbia estava disposta a cooperar com a investigação do atentado de Lockerbie, que sofreu uma nova reviravolta com o anúncio feito pela justiça britânica da identificação de dois novos suspeitos líbios.

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No entanto, o chefe da direção de investigação do procurador-geral em Trípoli indicou à AFP que ainda não recebeu qualquer pedido oficial nesse sentido.

“Não recebemos nada até agora”, afirmou Seddig Essour. “Há muitos acordos sobre o caso Lockerbie, mas vamos ter de decidir a melhor forma de atender a essas novas demandas quando as recebermos”, acrescentou.

Um porta-voz do ministério da Justiça do governo com sede em Trípoli, não reconhecido pela comunidade internacional, assegurou por sua vez que “o ministério está pronto para cooperar com os investigadores do caso Lockerbie se um pedido formal chegar até ele”.

Em 21 de dezembro de 1988, um Boeing 747 da Pan Am que fazia o trajeto entre Londres e Nova York, explodiu sobre Lockerbie, na Escócia, 38 minutos após a decolagem. Os 259 passageiros – em sua maioria americanos – e membros da tripulação morreram, bem como onze habitantes de Lockerbie.

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Em 2003, o regime de Muammar Khaddafi reconheceu formalmente a responsabilidade pelo ataque e pagou US$ 2,7 bilhões em indenização famílias das vítimas. Única pessoa condenada no caso, Abdelbaset al-Megrahi, que sempre afirmou sua inocência, morreu em maio de 2012 na Líbia depois de ter sido libertado três anos antes pela Escócia por razões de saúde.

Os serviços do procurador da coroa escocesa indicaram em 15 de outubro que enviou uma carta às autoridades judiciais líbias identificando formalmente dois novos suspeitos.

Escócia e Estados Unidos também exigem “a assistência das autoridades judiciais líbias para que a polícia escocesa e o FBI interroguem os suspeitos em Trípoli”.

Segundo a imprensa britânica, os suspeitos seriam Abdullah Senussi, ex-chefe dos serviços de inteligência de Khaddafi, e Abu Agila Massud , especialista em explosivos. Ambos estão na prisão na Líbia.

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* AFP