Um atentado à bomba contra uma comunidade xiita deixou pelo menos 50 mortos e 200 feridos neste sábado no sudoeste do Paquistão, segundo um novo boletim fornecido pela polícia.

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A bomba, que foi acionada à distância, explodiu na cidade de Hazara, onde os xiitas são maioria, perto de Quetta, a capital da província do Baluchistão, informaram diversas fontes.

“Pelo menos 50 pessoas foram mortas e cerca de 200 ficaram feridas, mas esses números devem crescer. Foi uma bomba detonada por controle remoto”, declarou à AFP Wazir Khan Nasir, funcionário de alto escalão da polícia local, enfatizando que “o alvo deste atentado era a comunidade xiita”.

O secretário encarregado dos assuntos internos da região, Akbar Hussain Durrani, informou à AFP que mulheres e crianças estavam entre as vítimas. Os episódios de violência contra a minoria xiita, julgada herética por alguns grupos sunitas extremistas, se multiplicaram nos últimos anos no Paquistão, principalmente no Baluchistão, que faz fronteira com o Irã e o Afeganistão.

Em 10 de janeiro, um duplo atentado suicida num clube de bilhar em Quetta causou a morte de 92 xiitas, o ataque mais mortífero contra esta minoria no Paquistão, país de maioria sunita e onde um quinto dos 180 milhões de habitantes é xiita.

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De acordo com a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW), mais de 400 xiitas foram mortos no Paquistão em 2012, ano mais sangrento para esta comunidade na história do país.

Após o atentado de 10 de janeiro, a HRW denunciou “a covardia e a indiferença das autoridades”, inclusive do exército e dos serviços de segurança, diante destes “massacres a sangue frio”.

Alguns observadores estimam que estes episódios de violência sectária são apoiados por países como a Arábia Saudita (sunita) e o Irã (xiita), exportando assim suas rivalidades religiosas ao Paquistão.