O atendimento recebido pelo senador Luiz Henrique da Silveira no dia de sua morte, em 10 de maio, quando sofreu uma parada cardiorrespiratória em casa, gerou polêmica entre os joinvilenses. LHS recebeu os primeiros socorros de uma equipe do Samu e foi conduzido ao Hospital da Unimed pela mesma equipe.
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Leitores entraram em contato com o jornal A Notícia para saber se faz parte do protocolo de atendimento do Samu conduzir o paciente para um hospital particular. Um deles foi o morador do bairro Costa e Silva, Leandro Silva, de 23 anos. Ele relatou à reportagem que precisou dos serviços do Samu no mesmo dia em que o senador morreu. Leandro, que tem epilepsia, sofreu uma convulsão durante o banho e caiu inconsciente.
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A mãe acionou o Samu e solicitou à equipe que o filho fosse levado ao Hospital da Unimed. Porém, a equipe teria se negado a conduzi-lo à um hospital particular. A mãe precisou assinar um termo de responsabilidade para levar o filho de carro até a Unimed. Quem ofereceu a carona de emergência foi um vizinho.
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– Por que eu vou tirar a vaga de alguém no hospital público se eu tenho plano de saúde? A Unimed era a unidade mais próxima da minha casa – relatou.
A Secretaria de Estado de Saúde informou por meio da assessoria de imprensa que o protocolo do Samu é conduzir o paciente para a rede pública de saúde. Caso os hospitais públicos não tenham condições de atender o paciente que corre risco de morte por falta de leito ou equipe médica, o Samu tem a obrigação de levá-lo a um hospital particular, independente de o paciente ter ou não plano de saúde.
Segundo a assessoria, no dia em que LHS sofreu a parada cardiorrespiratória, não havia médico plantonista no pronto-socorro do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, que é referência em cardiologia. Por isso, ele teria sido conduzido ao hospital particular. Já o Hospital Regional informou que no dia 10 de maio havia sim médico de plantão no pronto-socorro para atender qualquer paciente que chegasse com parada cardiorrespiratória.
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No caso do paciente Leandro, o Samu justificou que o problema de saúde dele deveria ser atendido em um pronto-atendimento ou no Hospital Municipal São José, que é referência em neurologia. Segundo o Samu, o quadro clínico do São José e dos PAs estava completo naquele dia e a situação de Leandro não foi considerada grave, pois ele já havia sido estabilizado.
– O meu estado de saúde não era grave? No ano passado tive três convulsões seguidas e fui parar na UTI – rebateu o paciente.
Confira a nota do Samu na íntegra:
Como já informado anteriormente o SAMU é um serviço público, vinculado ao SUS, e que tem como preceitos básicos garantir a integralidade e universalidade de atendimento ao paciente, o que não é garantido com os planos de saúde, já que eles diferem conforme sua cobertura.
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No caso em questão, os locais para melhor atendimento, seriam um dos Pronto Atendimentos (UPA’s) de Joinville ou Hospital Municipal de São José que é referencia em Neurologia, pois o paciente já possuía quadro prévio de crises convulsivas em tratamento e apresentava-se já sem crise, estável, sem qualquer sinal de gravidade.
Na data do atendimento, ambos estavam atendendo normalmente e com seu quadro de médicos plantonistas completo, diferentemente, do Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, que estava sem plantonista para atender no pronto socorro.
Nesse caso, também nos valemos da mesma avaliação multifatorial do grau de urgência, segundo Manual de Regulação de Urgências do Ministério da Saúde, em que verificamos a gravidade, os recursos e a valência social do caso, classificando como um caso de baixa urgência.
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