A conclusão das obras de reforma e ampliação do Pronto-Atendimento (PA) da zona Sul de Joinville vai demorar pelo menos mais um mês. O prazo inicial para entrega era abril, passou para final de julho e agora está definido para a primeira quinzena de setembro. Enquanto isso, continua o sistema de atendimento ao público apenas nos casos de urgência e emergência.
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Segundo a prefeitura, a empreiteira responsável pelos serviços pediu um prazo maior para finalizar os trabalhos, forçando a reprogramação da entrega das obras. O município reforçou que os pagamentos à empresa estão sendo feitos em dia. O primeiro adiamento, de acordo com a administração municipal, ocorreu pelo atraso no repasse de recursos estaduais e federais.
Em reportagem publicada pelo “A Notícia” em maio, o secretário da Saúde Jean Rodrigues da Silva disse que a União não havia depositado a última parcela do total de R$ 1 milhão, enquanto o Estado demorou cerca de oito meses para definir qual seria a fonte de recursos dos R$ 2 milhões. Houve também o investimento de R$ 998.438,49 do município.
O Estado informou que a Prefeitura recebeu os valores em abril, apenas depois de normalizar as certidões negativas – o Fundo Municipal de Saúde estaria sem as certidões, o que o impossibilitaria de receber recursos.
No momento, a reforma da área antiga do prédio está sendo finalizada, com pintura, colocação de pisos e parte elétrica. As instalações hidráulica e de gás já foram concluídas. O PA ainda recebeu uma nova estrutura com a ampliação de 958 metros quadrados, que já está recebendo novos equipamentos, como o raio-x digital. O espaço também será usado para o funcionamento da área de observação. Atualmente, é onde acontece o atendimento ao público de urgência e emergência.
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Em um pavimento abaixo haverá um estacionamento coberto e outras vagas serão abertas ao lado da estrutura – ambos já concluídos. No final de toda a obra, a unidade ampliará de um para três os leitos de sala de emergência e de seis para 21 os de observação. A capacidade da sala de medicação e reidratação será triplicada e a farmácia terá o dobro da estrutura. O pronto-atendimento também terá dois novos postos de enfermagem e preparação de medicação, além de salas de espera maiores.
Após a conclusão da reforma e da ampliação, o serviço reabrirá como uma Unidade de Pronto-atendimento (UPA). Isso possibilitará à Secretaria de Saúde receber repasses de R$ 300 mil por mês do governo federal. Atualmente, a unidade necessita de R$ 1,5 milhão mensais apenas para a folha de pagamento.
Prefeitura não garante fim de superlotação
A prefeitura pretende retomar o atendimento normal da unidade após o fim das obras com um incremento no quadro de funcionários. Foram contratados 44 profissionais para compor o quadro geral da Secretaria da Saúde nos serviços de urgência. Desse total serão deslocados para o PA Sul três enfermeiros, sete técnicos em enfermagem e seis médicos.
Apesar disso, o secretário de Saúde já afirmou que não há como garantir que a reforma e a contratação dos profissionais seja a solução para o problema de superlotação no pronto-atendimento. Quando a obra foi iniciada, em abril de 2016, a ideia era diminuir a necessidade de restrições no atendimento por causa da grande procura dos pacientes.
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— Considero que o fato de ter mais espaço, sinceramente, não vai resolver o problema. Na verdade, pode se acentuar a questão dos leitos, por exemplo. Se antes eu tinha seis leitos de observação, agora terei 21. Então colocamos mais pessoas para dentro (da unidade) — afirmou Jean Rodrigues da Silva em entrevista ao “AN” em maio.
Segundo ele, a secretaria vai pressionar mais a central de regulação para dar vazão aos leitos porque o objetivo não é deixar os pacientes parados no pronto-atendimento. Ele afirmou que o ideal é as pessoas receberem o diagnóstico e a liberação ou serem transferidas para um leito hospitalar.
Jean também reforçou que o foco das obras no PA é dar melhores condições de trabalho aos servidores e atendimento à comunidade. Uma das vantagens apontadas é a possibilidade de os moradores da zona Sul não precisarem mais se deslocar para as outras unidades de pronto-atendimento, como ocorre atualmente em casos não tão graves. Ele também salientou que será uma estrutura nova, moderna e mais humanizada.