Quando Webster Fievre, 26, e Yamita Flamand, 24, resolveram procurar na Vila Germânica uma oportunidade de emprego, mal sabiam que trabalhariam em plena Oktoberfest tirando chopes, cozinhando pratos alemães e praticando outros idiomas. Ele, do Haiti, e ela, da República Dominicana, moram juntos em Blumenau há quatro meses e já se sentem parte da cidade.

Continua depois da publicidade

::: Confira outras informações sobre a Oktoberfest

Webster e Yamita foram contratados pelo restaurante Bier Vila, que funciona no Empório Vila Germânica, mesmo sem experiência no ramo. O que chamou a atenção de Alcione Tomio Zanetti, administradora do estabelecimento, foi a vontade do casal em aprender e trocar experiências.

Logo no primeiro dia como atendente, Webster surpreendeu os colegas de trabalho e os chefes. Conversou em alemão com um grupo de turistas e explicou o cardápio e os chopes que eram servidos. Ninguém acreditava que ele fala seis idiomas – além do alemão, inglês, espanhol, português, francês e crioulo – e ainda arranha outros dois – arrisca algo em italiano e está aprendendo mandarim.

Continua depois da publicidade

Os outros garçons, que dominam inglês, alemão e francês, brincaram e falaram nas três línguas. Webster respondeu à altura. Hoje, todos querem aprender um pouquinho com ele, que é professor de idiomas:

– É uma troca muito legal. Nesta correria de Oktober queria ter mais tempo para aprender inglês com ele – diz o garçom Paulo Henrique Barbosa.

::: Acesse aqui o guia oficial da festa

Para Alcione, ter estrangeiros na equipe durante a Oktoberfest proporciona um atendimento de qualidade aos turistas:

Continua depois da publicidade

– Os dois se comunicam muito bem e tem a questão do idioma, que acaba ajudando. Yamita já está aprendendo a montar os pratos alemães e eles vão continuar aqui depois da festa.

A americana Erin Barcellos aproveitou para conversar com Webster assim que pediu um chope e uma batata recheada. Foi ele quem percebeu que ela era estrangeira antes de engatar um papo.

– Ele foi muito solícito e conversou comigo sobre a festa. É a terceira vez que venho a Oktoberfest, mas nunca tinha sido tão bem atendida e ainda na minha língua.

Continua depois da publicidade

Webster e Yamita seguem o roteiro que outros estrangeiros, principalmente haitianos, fazem em busca de uma oportunidade de emprego até chegar a Blumenau. O casal morava na República Dominicana. Webster foi a Porto Velho, capital de Rondônia, trabalhar para juntar dinheiro e enviar à esposa. Ficou lá por pouco mais de um ano e depois seguiu do Norte ao Sul, primeiro a Florianópolis e depois a Blumenau.

Aqui o casal está inserido na comunidade haitiana. Os dois pretendem continuar os estudos de idiomas para ensinar outros estrangeiros.

Formado em Agronomia, Webster afirma ter visto na Oktoberfest uma oportunidade de fazer um dinheiro extra e praticar todas as línguas que sabe:

Continua depois da publicidade

– Fui parar em Blumenau para continuar meus estudos e trabalhar e achei muito interessante a cidade. É a primeira vez que trabalho na Oktoberfest, mas acabo desfrutando da festa também. Todos estão festejando, estão bem e não há brigas. É uma novidade tudo o que estou vivendo aqui.

Maioria dos estrangeiros trabalham na limpeza

De acordo com a responsável pelo posto do Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Blumenau, Sandra Alves da Silva Schatz, mais de dez estrangeiros procuraram o órgão para uma vaga temporária durante a Oktoberfest. A empresa Minister, responsável pela contratação do pessoal das equipes de segurança e limpeza, recrutou quatro haitianas e uma argentina para serviços gerais.

– Encaminhamos alguns e a maioria está trabalhando, principalmente na área de limpeza. Muitos deles são qualificados e falam diversos idiomas – diz Sandra.

Continua depois da publicidade

Acompanhe a Oktoberfest pelo Instagram do Santa e participe da cobertura usando a hashtag #oktoberblumenau.