Uma operadora de máquina de Joinville tem trabalhado com o coração na mão nos últimos dias. Na sexta-feira, o seu filho de 17 anos, que tem esquizofrenia, entrou em crise enquanto estava na companhia da avó, que o levou até a emergência do Hospital Regional.
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– Eles chegaram no hospital eram 13h30 e ele só foi atendido às 18 horas -, conta a mãe, indignada.
Na unidade, segundo a operária, o jovem não foi medicado durante a espera e foi ficando cada vez mais nervoso. A crise dele se agravou a tal ponto que acabou agredindo a avó de 63 anos com socos e puxões de cabelo.
Por causa dos ferimentos que sofreu na cabeça, a mulher teve que ser medicada e passar a noite na unidade, em observação. A operária conta que quando o filho finalmente foi atendido pelo psiquiatra do Regional, foi encaminhado para o Hospital Infantil, mas ao chegar lá não conseguiu que o jovem fosse atendido.
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– Na recepção, chamaram uma enfermeira e ligaram para o psiquiatra do hospital para perguntar se ele tinha o encaminhamento do paciente, mas ele não tinha. Então, disseram que não poderiam me atender porque o médico do Regional não fez essa ligação prévia para ele -, lembra.
Além disso, a mulher conta que a equipe do Infantil disse que não poderia internar o filho diretamente porque ele tem 17 anos. As internações direto pelo pronto-socorro do Infantil são para crianças de zero a 14 anos. Quem tem entre 14 e 17 anos deve buscar o atendimento inicial no Regional e, se houver necessidade de internação, o paciente é encaminhado para o Infantil.
Depois do que ocorreu no fim de semana, ela está o tempo todo preocupada, porque tem medo que o filho tenha outras crises. Mas precisa trabalhar, porque, além do rapaz de 17 anos, tem outras duas filhas adolescentes para sustentar. Todos os dias, a operadora sai de casa para trabalhar às 12h30 e só volta às 23 horas. Precisa que o jovem fique na casa da avó, que ainda está debilitada pela agressão.
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– A minha família depende de mim -, afirma.
Apesar de ter plano de saúde, nenhum dos hospitais particulares de Joinville conta com ala psiquiátrica.
– Eu sei que agora ele vai precisar de acompanhamento médico pelo resto da vida -, diz, angustiada por querer um atendimento adequado para o filho.
Diagnóstico
O filho da operadora de máquina foi diagnosticado com esquizofrenia em fevereiro deste ano.
– Ele era um menino normal, que gostava de jogar bola e videogame -, conta.
Agora, segundo a operadora de máquina, o filho está cada vez mais fechado e não quer mais frequentar a escola. Segundo ela, porque ele sofria bullying dos colegas de turma.
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