O aparecimento de pragas em lavouras de soja nas principais regiões produtoras do Estado preocupa produtores rurais. Mesmo sendo de fácil controle, o problema pode ser combatido se houver cuidado e diagnóstico precoce na plantação.

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Em algumas propriedades rurais de Passo Fundo, o agrônomo da Cotrijal Ricardo de Quadros, notou a presença inconveniente da lagarta de soja. Apesar de ser comum em muitas áreas plantadas da oleaginosa, o aparecimento precoce deixa o campo em alerta.

– Ainda não tem maiores danos, mas o agricultor deve ficar atento. Tem bastante lagarta e cascudinhos em algumas áreas. Se não houver controle pode haver prejuízos – avisa.

O produtor rural Gilberto Scapin, de Cruz Alta, encontrou lagartas de soja e o tamanduá da soja, pequeno inseto também prejudicial ao grão, em sua área. A preocupação de Scapin é que, este ano, o problema apareceu mais cedo do que de costume. No ano passado, por exemplo, havia verificado a ameaça em janeiro. Desta vez, o problema apareceu um mês antes.

– Este ano, o surto está iniciando no período do crescimento vegetativo da soja, o que não é normal. Geralmente, ela atinge a plantação em um estágio de desenvolvimento maior – explica o produtor.

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O agrônomo Cláudio Doro, da Emater, confirma o surgimento fora do esperado destas pragas. Isso se deve, segundo ele, ao clima úmido e quente registrado nas últimas semanas, que é favorável ao aparecimento de insetos. Além do clima, ele culpa a falta de rotação de culturas:

– O agricultor planta, ano após ano, soja em cima de soja. Se usasse a rotação de culturas, poderia controlar naturalmente estas pragas.

Doro sugere ainda, que o agricultor fique atento e só use inseticida para combater o problema no momento adequado. Se o produto for aplicado muito cedo, algumas pragas podem se tornar resistentes e poderão causar perdas na colheita. A indicação de especialistas é de que o produtor rural faça vistorias frequentes na lavoura e peça auxílio técnico para saber o período certo de atacar o inimigo. Este ano, o Estado deve alcançar uma área de 3,9 milhões de hectares plantados. A produção estimada pela Emater deve chegar as 8,4 milhões de toneladas.

A temida lagarta

– As lagartas mais comuns na soja brasileira são as de coloração verde com listras brancas (em alguns casos, elas são pretas), que podem ter até três centímetros de cumprimento.

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– Se alimentam das folhas da soja, principalmente as mais novas.

– O período mais propício ao aparecimento da praga no Estado são os meses de janeiro e fevereiro.

– Podem ser combatidas com inseticidas ou com controle natural (usando o fungo causador da doença branca, mortal à praga).