A romaria no Palácio do Jaburu durante o final de semana virou uma maneira de Michel Temer mandar recados ao mercado. Não houve qualquer preocupação em promover uma discreta reunião com o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles ou com Paulo Skaf, presidente da Fiesp. A negociação é a céu aberto, a cerca de um quilômetro do Palácio da Alvorada, porque o PMDB do senador Romero Jucá (RR) já conta com a aprovação do relatório da comissão especial pelo plenário do Senado. Nesta primeira fase, o jogo já está jogado, reconhecem até os senadores petistas. Enquanto isso, Temer segue conversando sem segredo com economistas de peso, como Paulo Rabello de Castro e até mesmo com Joaquim Levy. Esnobado pelos petistas, o ex-ministro da Fazenda tem domínio da situação fiscal do país, conhece cada número atualizado e tem um plano de ajuste. Pode colaborar, mesmo fora do governo de transição. Não à toa, ele está na lista dos próximos visitantes do Jaburu.

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Ser ou não ser

O PSDB promove reuniões nesta semana, da bancada na Câmara e da executiva do partido, para definir a participação no governo Temer, em caso de aprovação do impeachment no Senado. Já está certo que haverá apoio, a dúvida é a participação direta em cargos.

– Temos que ver como será o governo. Conhecemos as figuras que estão com eles – lembra um tucano mais cauteloso, se referindo a enrolados com a Lava-Jato, como Eduardo Cunha.

Por conta

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Apesar da marola dos tucanos, ninguém duvida de que o senador José Serra (SP) já está fardado para assumir algum ministério, como o do Planejamento. A meta dele é a candidatura à Presidência da República, pelo PSDB ou outro partido.

Guardando o Caixão

O petista Alessandro Teixeira assumiu o comando do Ministério do Turismo, mas outros cargos continuam a ser ocupados pelo PMDB. E quem está por lá afirma que não se mexe até segunda ordem.

Não pode parar

Lideranças do agronegócio se reúnem nesta semana para um balanço sobre a situação do Ministério da Agricultura. A preocupação é com o Plano Safra, sempre lançado no final do primeiro semestre. O plano terá a cara da equipe de Dilma ou de Temer?