A ONU reluta em atribuir expressamente culpas pelo ataque químico de 21 de agosto na Síria.
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No entanto, detalhes contidos no relatório feito por inspetores que foram a campo em Ghouta, local do massacre em que mais de 1,4 mil pessoas teriam morrido pelos efeitos do gás sarin, indicam que a responsabilidade é do regime de Bashar al-Assad.
A equipe de investigadores, instruída formalmente a investigar o ataque sem culpar nenhuma das partes, traçou a trajetória de dois foguetes – e descobriu que os projéteis saíram do Monte Qasioun, reduto da elite síria, onde ficam o palácio presidencial de Al-Assad e a poderosa 4ª Divisão do exército sírio, comandada pelo irmão do ditador, Maher. O detalhe veio à tona em uma reportagem publicada ontem pelo jornal americano The New York Times.
O Monte Qasioun, conforme o NYT, é “uma das posições militares mais proeminentes de Damasco” e está muito fortemente “ligado à família de Al-Assad, com uma rede de complexos ocupados pela elite e por membros do círculo mais íntimo do ditador”.
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Ainda de acordo com o jornal, os rebeldes jamais penetraram na região, e é improvável que conseguissem organizar e disparar conjuntos de foguetes daquela localização sem serem capturados pelas forças do governo.
Para Rússia, ONU ignorou ação de rebeldes
O governo russo, por outro lado, acusou, também ontem, os inspetores da ONU de terem ignorado no relatório indícios conclusivos fornecidos pelo regimke sírio.
– Esses indícios são muito conclusivos, e nos incomoda que não tenham recebido a atenção apropriada no relatório – afirmou Serguei Riabkov, vice-ministro russo das Relações Exteriores, em pronunciamento feito em Damasco.
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Tanto a Síria quanto a Rússia, sua principal aliada, afirmam que o ataque foi planejado e realizado pelos rebeldes como provocação, para levar a uma ação militar internacional que lhes desse vantagem na batalha.