Vários homens atacaram nesta sexta-feira (2) o Estado-maior das Forças Armadas de Burkina Faso e a embaixada da França em Ouagadougou, antes de serem repelidas em um confronto que deixou dezenas de mortos e feridos.

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Segundo uma fonte governamental, 16 pessoas – nove atacantes e sete membros das forças de segurança – morreram, enquanto outras fontes contatadas pela AFP em Paris deram um balanço maior, de pelo menos 28 mortos só no segundo ataque.

Os ataques começaram na manhã de sexta-feira, quando vários grupos de homens armados atacaram diferentes locais do centro da capital burquinense.

Um correspondente da AFP ouviu uma intensa troca de tiros e viu um veículo em chamas.

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Segundo testemunhas, cinco homens armados saíram do carro e abriram fogo contra transeuntes antes de seguirem para a embaixada da França no centro da capital de Burkina Faso.

Uma fonte dentro da delegação diplomática contou que cinco homens teriam tentado entrar no prédio, mas não conseguiram, e atiraram contra o edifício.

Ao mesmo tempo, houve uma explosão perto da sede das forças armadas burquinenses e do Instituto Francês – representação cultural do país -, que ficavam no perímetro de um quilômetro do local do primeiro ataque.

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Uma fonte governamental disse que 16 pessoas – nove atacantes e sete membros das forças de segurança – morreram, a maioria deles no ataque contra o Estado-maior.

No entanto, duas fontes de segurança na França e uma na África ocidental, disseram à AFP em Paris que pelo menos 28 pessoas morreram no ataque.

No ataque à embaixada francesa não foi reportada nenhuma vítima desta nacionalidade, segundo fontes diplomáticas.

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“As forças francesas em Burkina intervieram em apoio à ação do exército burquinense”, afirmou à AFP o porta-voz do Estado-maior do Exército francês, coronel Patrick Steiger.

A promotoria de Paris abriu uma investigação por tentativa de assassinato terrorista.

– “Fedor terrorista” –

Em imagens publicadas pelos moradores de Uagadugu no Twitter era possível ver colunas de fumaça preta elevando-se sobre os edifícios.

Por enquanto, nenhum grupo reivindicou a autoria das ações.

Estes ataques têm um “fedor terrorista muito forte”, declarou o ministro burquinense da Informação, Rémis Fulgance Dandjinou, à TV estatal RTB.

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No Estado-maior “houve um ataque com explosivos que destruiu uma seção” do edifício. A explosão provocou “um certo número de feridos entre os gendarmes e os militares que estavam de plantão”, explicou o ministro.

O Serviço de Informação do governo burquinense se referiu a “um ataque terrorista praticado […] por homens fortemente armados não identificados”.

O governo burquinense condenou o que chamou de “atos covardes e selvagens” e pediu à população para “manter a calma e colaborar com as forças de defesa e de segurança”.

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A situação está “sob controle” na embaixada da França e no Instituto Francês, informou, por sua vez, o entorno do ministro de Relações Exteriores do pais, Jean-Yves Le Drian.

A capital de Burkina Faso tem sido alvo de ataques extremistas contra locais frequentados por ocidentais em várias ocasiões nos últimos anos.

No norte do país, fronteiriço com o instável Mali, também são frequentes os ataques de grupos jihadistas contra representantes do Estado, como gendarmerias e escolas.

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Segundo um balanço oficial, 133 pessoas morreram em 80 ataques jihadistas no norte de Burkina Faso desde o primeiro trimestre de 2015.

* AFP