Jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) mataram nesta segunda-feira 12 pessoas em um shopping de Bagdá, e seus extremistas também realizaram um duplo atentado que deixou 20 mortos em um café ao norte da capital iraquiana.
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O primeiro ataque, registrado esta tarde, teve como alvo um shopping center no bairro Al-Jadida, no leste da capital iraquiana, e deixou ao menos 12 mortos.
“Um carro parou, dois homens armados desceram e começaram a atirar, matando as pessoas. Há muitos mortos”, contou Salman Hussein, testemunha ocular do ataque.
Segundo um funcionário do Ministério do Interior, homens armados detonaram um carro-bomba antes de abrir fogo na rua e entrar no prédio do shopping Zahrat Bagdad, um edifício de quatro a cinco andares localizado neste bairro comercial de maioria xiita.
“Pelo menos um dos atacantes portava um cinto com explosivos e o detonou dentro do shopping”, declarou o funcionário.
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Várias pessoas foram feitas reféns e três delas morreram quando as forças de segurança tentaram neutralizar os atacantes, indicou um coronel da polícia, uma versão contestada pelo chefe do comando das operações em Bagdá, general Abdel Amir al-Chammari, que negou ter havido tomada de reféns.
Segundo a polícia, uma força antiterrorista dos serviços de Inteligência foi enviada ao local.
“As forças de segurança estão no controle total da situação, os atacantes foram mortos e os reféns, libertados”, declarou o encarregado da polícia.
Em um comunicado publicado na Internet, o grupo EI afirmou que quatro de seus integrantes tinham atacado os xiitas. O grupo extremista sunita indicou ter matado ou ferido 90 pessoas, mas costuma superestimar o número de vítimas de seus ataques.
Em Mouqdadiya, no nordeste de Bagdá, 20 pessoas morreram em ataque a um café, onde uma bomba foi detonada, seguida de um atentado suicida com carro-bomba, acionado quando os clientes se dirigiam ao local do primeiro ataque, informaram um capitão da polícia e um coronel do exército.
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O atentado também foi reivindicado pelo EI, que identificou o suicida como Abu Abdallah, um iraquiano.
Depois deste ataque, xiitas atearam fogo a casas pertencentes a sunitas e a uma mesquita.
De acordo com um oficial iraquiano, a província de Diyala, onde se encontra Mouqdadiyah, foi “libertada” do grupo EI em janeiro de 2015, mas isto não pôs fim aos ataques lançados pelos jihadistas.
O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindica regularmente os atentados em Bagdá contra civis xiitas, comunidade majoritária no Iraque, a qual considera herege.
Serviços de Inteligência iraquianos informaram em dezembro ter capturado 40 membros do EI em uma série de detenções nos arredores de Bagdá.
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A organização extremista controla vastos territórios do país, a oeste e norte de Bagdá, após uma ampla ofensiva lançada em 2014.
Uma coalizão internacional anti-jihadista, comandada pelos Estados Unidos, realiza há meses operações aéreas contra o EI no Iraque e na Síria.
Nesta segunda-feira, esta coalizão anunciou ter bombardeado um banco da organização jihadista em Mossul, no norte do Iraque, onde eram guardados “milhões de dólares”.
A Rússia, por sua vez, lançou em 30 de setembro bombardeios na Síria, mas os países ocidentais acusam Moscou de querer apoiar o presidente sírio, Bashar al Assad, ao atacar mais os rebeldes anti-regime do que os jihadistas do EI.
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