Trinta pessoas morreram em dois ataques do Boko Haram perto de Chibok, a cidade do nordeste da Nigéria onde o grupo islamita sequestrou mais de 200 adolescentes no mês passado, informaram testemunhas.

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Boko Haram diz que estudantes sequestradas foram convertidas

O primeiro ataque, na segunda-feira à tarde, deixou 10 mortos na localidade de Shawa, a sete quilômetros de Chibok, segundo moradores que pediram anonimato. Na noite de terça-feira, homens armados invadiram a cidade próxima de Alagarno onde destruíram casas e atiraram contra os civis em fuga.

– Mataram 20 pessoas – disse um morador, Haruna Bitrus, em um relato confirmado por outros vizinhos, que fugiram para uma região de selva.

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Muitos dos que fugiram chegaram à cidade de Chibok, onde o Boko Haram sequestrou 276 adolescentes em 14 de abril. O exército informou ter mobilizado um grande dispositivo na região para encontrar as 223 estudantes ainda mantidas como reféns.

Bitrus disse que, apesar da presença militar, o exército não respondeu ao último ataque do grupo islamista nigeriano.

– Enquanto os homens armados fugiam, três veículos sofreram problemas e ficaram para trás. Permaneceram ali até esta manhã sem que o exército atuasse – afirmou.

Ações do Boko Haram deixaram milhares de mortos desde 2009

Em outubro de 2010, durante os 50 anos da independência do país, atentados deixaram 12 mortos perto do local da cerimônia oficial. Mas a ação foi atribuída a outro grupo armado sem vínculos com o Boko Haram. O ataque foi reivindicado pelo Movimento pela Emancipação do Delta do Níger (Mend), um grupo armado que perturbou durante anos a indústria petroleira do sul da Nigéria.

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As ações do Boko Haram deixaram milhares de mortos desde 2009, segundo a Anistia Internacional. Mas os ataques mais recentes se concentram no nordeste da Nigéria, seu reduto histórico, onde o exército realiza uma grande ofensiva contra os islamitas.

O novo ataque coloca em dúvida as declarações do exército sobre a perda de força do grupo islamita. O líder do Boko Haram, Abubakar Shekau, declarou recentemente em um vídeo que o grupo pretendia atacar fora do nordeste do país.

A Nigéria, maior produtor africano de petróleo, está dividida entre o norte de maioria muçulmana e o sul de maioria cristã.

*AFP