Pelo menos 29 pessoas, incluindo 26 soldados, morreram nesta sexta-feira e 120 ficaram feridas em um ataque talibã contra uma base da Força Aérea perto de Peshawar, a principal cidade da região norte do Paquistão.

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Mais de 10 insurgentes atacaram nesta sexta-feira a base militar de Badaber, na periferia de Peshawar, caminho para a fronteira com o Afeganistão. O balanço anterior citava 17 mortos.

Os militares conseguiram conter o avanço dos rebeldes, anunciou o general Asim Bajwa, porta-voz do exército paquistanês.

“As forças paquistanesas reagiram com rapidez e eficácia para confinar os terroristas a um espaço restrito”, completou.

Várias pessoas que rezavam em uma mesquita próxima aos confrontos morreram, segundo o exército.

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O balanço anterior também citava pelo menos 13 insurgentes mortos, segundo os militares paquistaneses.

Uma fonte da Força Aérea que pediu anonimato afirmou que a base é utilizada apenas para alojar militares.

“Na base não está nenhuma aeronave, nenhum avião de combate”, disse.

De acordo com Kifayatulah, dono de uma loja próxima à base e testemunha do ataque, tudo começou com granadas e disparos de armas automáticas.

A base de Badaber fica próxima de uma zona residencial.

O porta-voz do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), grupo islamita armado que luta há oito anos contra o governo, reivindicou o ataque, o mais violento contra uma base militar paquistanesa.

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O TTP cometeu em dezembro de 2014 o atentado mais grave da história moderna do Paquistão, quando um comando invadiu uma escola de Peshawar e matou mais de 150 pessoas, a maioria crianças.

Depois deste ataque, o exército paquistanês intensificou as operações contra os redutos jihadistas no noroeste do país, em particular nas zonas tribais de Berkeley e Waziristão do Norte, região que serviu de quartel-general ao TTP, para a rede Haqani e a Al-Qaeda na última década.

No início da semana, a aviação paquistanesa bombardeou o vale de Shawal, uma área remota do Waziristão do Norte com uma floresta densa que possibilita refúgios aos insurgentes. As operações militares ajudaram a reduzir o número de atentados islamitas no país nos últimos meses.

Como reação ao ataque contra a escola de Peshawar, o Paquistão voltou a aplicar a execução de condenados à morte e criou tribunais antiterroristas polêmicos, que autorizam o exército a julgar civis a portas fechadas.

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Desde então, o Paquistão enforcou mais de 200 condenados à pena capital, alguns deles sem qualquer relação com os talibãs locais, denunciam organizações de defesa dos direitos humanos, que pedem a Islamabad o retorno da moratória da pena de morte.

* AFP