Dois palestinos morreram em um ataque aéreo israelense contra o norte da Faixa de Gaza durante a visita do primeiro-ministro egípcio Hisham Qandil, depois que, segundo o governo de Israel, o Hamas não respeitou a curta trégua de três horas. De acordo com fontes palestinas, os aviões israelenses bombardearam um grupo de habitantes na área de Nazila, norte da Faixa de Gaza.

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O porta-voz do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu havia acusado pouco antes o Hamas, que governa Gaza, de não respeitar uma trégua provisória anunciada por Israel durante a visita do chefe de governo egípcio.

– O Hamas não respeita a visita do primeiro-ministro egípcio a Gaza e viola a trégua temporária com a qual Israel concordou durante a visita – disse Ofir Gendelman, porta-voz de Netanyahu, que está em campanha eleitoral.

Israel concordara com uma trégua condicional e destacou que suspenderia os ataques desde que não acontecessem disparos hostis a partir de Gaza contra o território israelense. Durante a visita a Gaza, o premier egípicio Hisham Qandil afirmou que seu país vai intensificar os esforços para obter uma trégua entre os grupos armados palestinos e o Estado hebreu. Ele chamou a operação israelense de “agressão”.

– O Egito intensificará os esforços para acabar com esta agressão e obter uma trégua duradoura – declarou Qandil durante uma visita a um hospital de Gaza acompanhado pelo chefe de Governo do Hamas, Ismail Haniyeh.

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O exército israelense começou a mobilizar nesta sexta-feira 16 mil reservistas para a operação “Pilar de Defesa” contra os grupos armados de Gaza, informou uma fonte militar.

– O processo está em curso, o exército distribui convocações a 16 mil soldados reservistas – disse a fonte.

O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, aprovou na quinta-feira a convocação de até 30 mil membros da reserva, que podem ser mobilizados a qualquer momento.

– Estamos ampliando a campanha militar a Gaza – declarou o porta-voz do exército, o general Yoav Mordejai.

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Dois foguetes disparados de Gaza caíram na quinta-feira pela primeira vez na região de Tel Aviv, “uma escalada”, segundo Barak. A operação “Pilar de Defnsa” foi ativada na quarta-feira à tarde com o assassinato em Gaza de Ahmad Jabari, comandante militar do grupo radical Hamas.

Desde quarta-feira, os ataques contra Gaza deixaram 21 mortos, incluindo crianças, e 235 feridos, de acordo com fontes palestinas. Os palestinos dispararam quase 300 mísseis contra o Estado hebreu e alguns atingiram a periferia de Tel Aviv. Três israelenses morreram na quinta-feira quando um dos projéteis atingiu um prédio residencial no sul do país.

A União Europeia (UE) admitiu nesta sexta-feira que Israel tem o direito de defesa, mas pediu ao país uma “resposta proporcional” aos ataques dos grupos palestinos na Faixa de Gaza. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, afirmou estar “profundamente preocupada com a escalada da violência” e lamentou a perda de vidas nos dois lados.

O governo dos Estados Unidos pediu na quinta-feira a Egito e Turquia que utilizem sua influência com os palestinos para acabar com os disparos de foguetes a partir de Gaza, ao mesmo tempo que considerou que o Hamas deve interromper os ataques “injustificáveis” contra Israel.

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