Um ataque suicida em protesto contra o filme que satiriza o profeta Maomé deixou doze mortos nesta terça-feira, sendo nove estrangeiros e três afegãos, informou a polícia local. Continua depois da publicidade O ataque com um carro-bomba aconteceu na estrada que leva ao Aeroporto de Cabul, na altura do Distrito 15. Os estrangeiros mortos trabalhavam para uma companhia privada de segurança que opera no terminal aéreo. A ação foi reivindicada pelo Hezb-i-Islami – o segundo principal grupo rebelde afegão depois dos Talibãs – para protestar contra o filme produzido nos Estados Unidos que mostra o profeta Maomé como assassino e homossexual. Zubair Sidiqi, que se identificou como porta-voz do Hezb-i-Islami, revelou que o ataque suicida foi realizado por uma mulher. A explosão ocorreu na ampla estrada que leva ao aeroporto, em um trecho margeado pelos chamados Palácios de Casamento, onde a população local celebra suas uniões religiosas. Continua depois da publicidade O atentado ocorre um dia após violentos protestos no Afeganistão contra “A Inocência dos Muçulmanos”, o filme satirizando o profeta Maomé que revoltou o Islã. Em Jalalabad, mais de mil afegãos protestaram e queimaram carros da polícia na estrada que leva à cidade, ferindo levemente cerca de 50 policiais. Manifestantes também atiraram pedras em Camp Phoenix, a base militar dos Estados Unidos na região de Cabul. O último ataque suicida em Cabul ocorreu em 8 de setembro passado, quando um adolescente explodiu uma carga que levava junto ao próprio corpo nos arredores do Quartel General da ISAF na capital afegã, deixando cinco mortos e seis feridos, incluindo várias crianças. Continua depois da publicidade O atentado coincide com a decisão da Otan de restringir o número de suas operações conjuntas com as forças do Afeganistão, após a morte de dezenas de soldados nos últimos meses vítimas de policiais e soldados afegãos. A maioria das patrulhas conjuntas e grupos de operação só serão realizados agora a partir de um determinado número de efetivos, e a cooperação com unidades menores deverá ser avaliada “caso a caso e aprovada pelos comandos regionais” da Otan, anunciou a Força Internacional para o Afeganistão (Isaf).
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