Dois dias depois do 12º aniversário dos atentados de 11 de Setembro e do primeiro do ataque ao consulado americano em Benghazi, na Líbia, que culminou com a morte de um embaixador, um grupo de insurgentes detonou dois carros-bomba diante do consulado americano em Herat, oeste do Afeganistão, e tentou invadir o complexo, sem sucesso.
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Pelo menos 11 pessoas morreram e 20 ficaram feridas no incidente, que ocorre pouco mais de um mês depois de os Estados Unidos fecharem representações diplomáticas no Afeganistão e em outros 16 países da Ásia e da África por temor de atentados.
OTalibã, milícia que governou o Afeganistão entre 1996 e 2001 e deu abrigo ao líder terrorista Osama bin Laden, reivindicou a autoria da investida. Por meio de comunicado, o porta-voz do Talibã, Qari Yusuf Ahmadi, reivindicou o atentado. “Nosso objetivo com este ataque é mostrar aos americanos que eles não estão seguros em nenhum lugar deste país”, afirmou a milícia.
O ataque começou por volta de 5h30min de ontem (22h30min de quinta-feira, no horário de Brasília) e durou cerca de duas horas. Segundo autoridades afegãs, sete insurgentes começaram por explodir uma van, danificando o portão lateral do consulado. O choque, que foi sentido em toda a área, provocou a quebra de vidraças da representação.
Depois, o grupo lançou granadas contra o complexo e detonou outro carro-bomba. Numa última tentativa, os milicianos conseguiram passar pelo primeiro cordão de segurança em torno do edifício, segundo fontes citadas pelo canal de TV local Tolo.
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Seguiu-se um tiroteio de cerca de duas horas com forças militares que defendiam a sede diplomática. Os sete insurgentes morreram, assim como três seguranças e um intérprete afegão atingido pelo fogo cruzado. Não há funcionários americanos entre as vítimas.
Segundo o Departamento de Estado, seguranças americanos ajudaram a repelir o ataque. Segundo o embaixador dos Estados Unidos no país, James B. Cunningham, os perpetradores do atentado “espalharam sangue afegão em solo afegão”. A porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf, disse que o pessoal do consulado foi temporariamente removido para Cabul depois do ataque. A representação em Herat está fechada e sem previsão de reabertura.
Com origem na Antiguidade, cidade é a terceira maior do país
Centro comercial e administrativo com origem anterior à era cristã, Herat é a terceira maior cidade do país, com mais de 300 mil habitantes. Embora nunca tenha sido um baluarte dos talibãs, a cidade tem sido palco de atentados promovidos pelo grupo nos últimos meses.
Em julho, o irmão de Rangir Dadfar Spanta, chefe nacional de Segurança do Afeganistão, foi morto num subúrbio de Herat. Na metade de agosto, os talibãs mataram nove operários de uma construção, seis engenheiros e um policial nas cercanias da capital da província.
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Na semana passada, protestos diante do consulado do Irã em Herat resultaram em um morto e pelo menos dois feridos.