Pelo menos 217 civis morreram na noite desta sexta atingidos por disparos de morteiros no bairro de Al-Khalidiya de Homs, no centro da Síria, afirmou o opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH, com sede no Reino Unido).

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– É um verdadeiro massacre – disse o diretor da OSDH, Rami Abderrahman, que pediu “a intervenção imediata” da Liga Árabe.

Além disso, sempre segundo o OSDH, dois civis morreram na noite de sexta-feira em Rastan, na periferia de Damasco, e oito desertores morreram em diversos pontos da Síria.

As imagens dos canais de televisão árabes Al-Arabiya e Al-Jazira mostravam dezenas de corpos. Nesta sexta-feira, milhares de sírios protestaram em todo o país, particularmente em Damasco, lembrando o 30º aniversário do massacre na cidade de Hama, onde forças do regime de Bashar al Assad dispararam para dispersar manifestantes.

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Votação na ONU

Os 15 países-membros do Conselho de Segurança da ONU se reunirão neste sábado em Nova York para votar um projeto de resolução que condena a repressão na Síria, informou um diplomata nesta sexta-feira.

– O mesmo texto será votado – disse o diplomata, em alusão ao que foi enviado às capitais na quinta-feira para consideração e que faz concessões à Rússia com a esperança de conseguir sua aprovação.

O projeto defende o apoio do Conselho de Segurança às decisões da Liga Árabe e não pede explicitamente que o governante Bashar al Assad deixe o poder, nem menciona um embargo de armas nem sequer sanções.

Depois de 10 meses de violência na Síria nos quais, segundo as Nações Unidas, mais de 5.400 pessoas morreram, a comunidade internacional não consegue se unir para colocar fim à repressão.

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A Rússia, assim como a Índia, insistiram desde o começo das negociações que o Conselho não devia condicionar nenhum dos pontos de uma transição democrática na Síria exigindo a priori que Assad cedesse o poder. Até agora, a Rússia mostrou-se inflexível, e seu representante na ONU, Vitaly Churkin, inclusive ameaçou um veto russo caso o Conselho votasse um texto que considera “errôneo”.