O ataque ao site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na madrugada desta sexta-feira não pode ser encaixado, ao menos por enquanto, no tipo de ataque “negação de serviço”, cuja meta é somente impedir o acesso à página sem causar grandes danos, avalia o gerente da Scunna Network Technologies, Gustavo Gonçalves. A empresa para a qual trabalha é responsável pela segurança de sites como o do Tribunal de Justiça do RS, Tribunal Regional Federal, Polícia Civil, Brigada Militar e portais do governo do Estado. Para Gonçalves, a invasão classificada como “pichação” caracteriza um retorno à fase ideológica dos crimes virtuais.
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– A gente passou por uma fase de brincadeira, de invasão pelo simples prazer da invasão. Disso se passou para um lado de crime organizado, de roubo de informação que a gente escuta muito, como número de cartão de crédito, compras indevidamente feitas, e voltamos agora para um lado ideológico e político – disse ele em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade.
Segundo Gonçalves, o rastreamento da origem dos acessos em massa que derrubaram centenas de sites de órgãos oficiais do país desde quarta-feira seria uma forma de combater o ataque hacker que atingiu, inclusive, páginas eletrônicas de prefeituras e câmaras gaúchas, e o site do IBGE. O especialista em segurança e tecnologia disse que o ataque que revelou a vulnerabilidade de sites como os do Governo Federal poderia ser evitado porque têm origem clara.
Milhares de computadores “zumbis” da Europa, especialmente da Itália, teriam sido usados através de acesso remoto via programas “maliciosos” (vírus) para promoverem uma sobrecarga nos servidores dos sites alvos.
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– Se tivesse esse tipo de tecnologia implementada [de rastreamento], facilmente se identificaria uma fuga do desvio padrão de acessos, vindo de uma origem que não é comum àquele site, e isso pode ser bloqueado – afirmou.
Esta manhã o IBGE admitiu a invasão de seu site e disse que o banco de dados do instituto não foi afetado.
>> Ouça, abaixo, a entrevista na íntegra: