Dois sérvios que haviam sido sequestrados em novembro na Líbia morreram num ataque aéreo americano contra um campo de treinamento do grupo Estado Islâmico (EI), anunciou neste sábado o ministro sérvio das Relações Exteriores, Ivica Dacic.
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“Infelizmente, a consequência deste ataque contra o Estado Islâmico é que eles morreram”, declarou Dacic durante uma coletiva de imprensa em Belgrado, no dia seguinte ao ataque.
Dacic recebeu esta informação de várias fontes, inclusive dos serviços de inteligência que colaboram com os serviços sérios. A informação deve ainda ser oficialmente confirmada pelas autoridades líbias.
O ministro apresentou suas “mais sinceras condolências às famílias das vítimas”, que ele contactou pessoalmente, e acrescentou que a repatriação dos corpos será organizada nos próximos dias.
A identificação oficial dos corpos é esperada nas próximas horas, informou.
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“Nós iremos solicitar informações oficiais das autoridades líbias e dos Estados Unidos sobre a maneira como os alvos foram escolhidos, mas, neste momento, isso é o menos importante. O mais importante é saber que os nossos cidadãos, nossos funcionários, perderam as vidas”.
Os dois funcionários da embaixada da Sérvia na Líbia, Sladjana Stankovic, encarregada pelo setor de comunicação, e seu motorista Jovica Stepic foram sequestrados em 8 de novembro, na cidade costeira de Sabratha, um reduto islamista, cerca de 70 km a oeste da capital Tripoli.
Eles estavam viajando em um comboio de veículos da missão diplomática sérvia que seguia para a Tunísia, que foi alvo de um tiroteio antes de os dois funcionários serem sequestrados.
Aviões de combate americanos realizaram na sexta-feira um ataque contra um campo de treinamento do grupo Estado Islâmico (EI) em Sabratha, na Líbia, que fez cerca de cinquenta mortos, incluindo, muito provavelmente, um dos líderes do Estado Islâmico, Noureddine Chouchane, responsável por ataques mortais na Tunísia, segundo anuncio Washington.
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Os atentados atribuídos a Chouchanne, de 36 anos, foram lançado em julho em uma praia perto de Sousse, no qual 38 turistas morreram, e o do museu do Bardo de Túnis, em março, que matou 21 turistas e um policial.
Os dois ataques foram reivindicados pelo EI, que está sendo bombardeado pelo ar no Iraque e na Síria por uma coalizão internacional sob liderança americana.
Sabratha é considerado um reduto de extremistas, ponto de encontro de militantes radicais que estabeleceram um campo de treinamento de jihadistas.
Foi a segunda vez em três meses que os Estados Unidos realizaram ataques direcionados contra o EI na Líbia, um país mergulhado no caos desde 2011.
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Cidadãos sérvios, médicos, enfermeiros, engenheiros e trabalhadores da construção civil, que chegaram no momento em que as relações entre Belgrado e o regime de Muammar Khaddafi eram estreitas, trabalham na Líbia há décadas.
Muitos deles, especialmente aqueles que trabalham em hospitais, se recusaram a deixar a Líbia no momento da queda de Muammar Khaddafi em 2011.
O EI se arraigou na Líbia aproveitando o caos no qual o país está afundado desde que uma revolta expulsou do poder em 2011 o ditador Muanmar Kadhafi, com apoio da Otan.
Segundo estimativas do Pentágono, o EI dispõe de 5.000 combatentes na Líbia.
Atualmente, a Líbia conta com dois governos e Parlamentos, um reconhecido pela comunidade internacional em Tobruk e outro na capital. A ONU não para de mediar e pressionar para que seja lançado um governo de unidade nacional, que deixe para trás a divisão e permita lutar de forma eficaz contra o EI e os traficantes de todo tipo.
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* AFP