Veículos de comunicação para os quais a jornalista Vera Magalhães trabalha e entidades representativas da categoria se manifestaram em repúdio ao ataque praticado pelo deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos-SP) contra ela nos bastidores de um debate nesta terça-feira (13). Mais cedo, políticos e colegas de profissão da apresentadora também já haviam condenado o episódio e exposto apoio a ela.

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O jornal O Globo e a rádio CBN, nos quais Vera atua como colunista e comentarista, respectivamente, publicaram nota conjunta, em que classificam o episódio como um atentado à imprensa livre. Os veículos também identificaram o caso como uma agressão subsequente da conduta violenta do presidente Jair Bolsonaro (PL), que ofendeu ela em um outro recente debate e de quem Garcia é aliado.

“Os ataques não impedirão que o jornalismo independente siga fazendo as perguntas necessárias a todos que ocupam, ou pretendem ocupar, cargos de poder”, escreveu.

Vera esteve no debate em que foi atacada por Garcia na condição de jornalista da TV Cultura, uma das organizadoras do evento, por também apresentar o “Roda Viva”. Ainda na ocasião, o diretor de jornalismo da emissora e apresentador do debate, Leão Serva, intercedeu em favor dela na ocasião em que era atacada pelo deputado.

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Serva pegou o celular com o qual o parlamentar filmava o ataque e arremessou longe. Ele também xingou o parlamentar e, já na sequência do debate, disse ao UOL que o deputado tem um histórico de perseguição e assédio a jornalista Vera Magalhães.

— Ele veio aqui visivelmente com a intenção de, como eles gostam de falar, “lacrar”. Então, eu entendo que a única solução possível naquela hora era afastá-lo da “lacração” e, por isso, eu interrompi a gravação que ele estava fazendo — disse.

Entre entidades representativas da categoria, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJPSP) se posicionaram em nota conjunta. Elas também relebraram outros ataques já direcionados por bolsonaristas à apresentadora da TV Cultura, como um ocorrido em um ato governista no último dia 7 em que um cartaz ofensivo era direcionado a ela.

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“O ataque misógino à jornalista soma-se aos tantos já protagonizados por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), e pelo próprio presidente, e representa não só uma violência contra todas as mulheres e contra toda a categoria dos jornalistas, mas também mais um grave atentado à Democracia em nosso país”, escreveu.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ), a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) também condenaram o episódio e prestaram apoio a Vera em comunicado unificado, mas sem mencionarem o presidente Bolsonaro.

“A ABERT, a ANER e a ANJ repudiam as agressões, esperam as devidas providências em relação à atitude do parlamentar e alertam para a necessidade de respeito à atividade da imprensa como parte essencial do sistema democrático”, publicaram.

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