O ataque hacker à JBS – a maior empresa de processamento de carne do mundo – assustou o mundo no início da semana. Segundo fontes da empresa, a ação aconteceu no último domingo, dia 30, e teria afetado alguns dos servidores que atentem sistemas da América do Norte e Austrália. Porém, a companhia nega que dados de colaboradores, fornecedores ou consumidores tenham sido comprometidos. A JBS tem operações nos EUA, Austrália, Canadá, Europa, México, Nova Zelândia e Reino Unido.

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Ainda segundo a JBS, “experts terceirizados” teriam sido acionados para ajudar a resolver o problema. Como os sistemas de backup não foram afetados, segundo a empresa, o ataque tem características de um “ransomware”: um vírus sequestra os sistemas da vítima e os criminosos exigem um “resgate” (ransom) para que os mesmos sejam reativados.

As operações da empresa foram paralisadas no domingo e permaneceram assim ao longo da segunda e terça-feira. No início da quarta, dia 2, parte da operação já havia sido normalizada. Outro ponto importante é que as operações brasileiras não teriam sido afetadas, segundo a empresa.

Como é rotineiro quando acontecem grandes crimes cibernéticos, o governo dos EUA acusou hackers russos – mais uma vez o coletivo DarkSide. O grupo teria sido responsável por outros grandes ataques no país: à empresa de software SolarWinds em 2020, e à Colonial Pipeline – que acabou pagando aos hackers US$ 4,4 milhões para desbloquear seus sistemas.

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Tão tradicional quando os EUA acusarem a Rússia de cibercrimes é o governo russo negar. Na sequência do ataque à JBS, a Rússia afirmou que está disposta a analisar qualquer pedido de Washington para ajudar na investigação.

– Se houver algum pedido dos americanos, será considerado rapidamente – declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Vale lembrar que, no próximo dia 16 de junho, os presidentes de EUA e Rússia, Joe Biden e Vladimir Pútin, vão se encontrar em Genebra, na Suíça. Desta vez, um negócio brasileiro pode estar na pauta das duas potências.