Pelo menos doze pessoas morreram neste domingo em um ataque contra um grande hotel da capital somali, Mogadíscio, reivindicado pelos islamitas shebab, que utilizaram um veículo cheio de explosivos para entrar no estabelecimento.
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Os insurgentes shebab, filiados à Al-Qaeda, reivindicaram a responsabilidade pelo ataque, que ocorreu durante a madrugada no hotel Sahafi, muito frequentado por parlamentares, representantes do governo e empresários.
No final da manhã, a Agência Nacional somali de Informação declarou que o ataque havia terminado e que as forças de segurança continuavam a revistar o prédio.
O hotel “está completamente seguro”, indicou a agência em um comunicado, sem dar mais detalhes sobre o número de mortos.
A força militar da União Africana na Somália (Amisom), que combate ao lado do governo somali os shebab, também assegurou que a instalação estava segura.
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“Temos relatos de doze mortos”, declarou um oficial da polícia, Abdulrahid Dahir. “Os atacantes detonaram um carro-bomba para abrir passagem antes de entrar no hotel”.
Um jornalista estaria entre os mortos, de acordo com os seus colegas, assim como um ex-chefe do Estado Maior do exército somali.
O enviado especial da ONU para a Somália, Nick Kay, condenou o “ataque sangrento”, que torna evidente a necessidade de ajudar as forças de segurança somalis para impedir tais atentados.
Testemunhas relataram ter visto muitos corpos de pessoas mortas na explosão inicial, quando um micro-ônibus cheio de explosivos foi lançado contra o portão do hotel. Uma segunda explosão foi ouvida.
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Em seguida, os shebab entraram no hotel, atirando para todos os lados.
Os shebab, que lutam para derrubar o governo somali apoiado pela comunidade internacional, já realizaram vários ataques contra hotéis em Mogadíscio.
A utilização de veículos cheios de explosivos e conduzidos por homens-bomba para abrir o acesso aos atacantes a pé é uma tática comum usada pelos shebab.
Como outros estabelecimentos internacionais em Mogadíscio, o hotel Sahafi é fortificado.
Foi neste mesmo hotel que dois agentes dos serviços de inteligência francês foram sequestrados em 2009. Um deles conseguiu escapar, mas o outro foi morto pelos shebab durante uma operação para libertá-lo em 2013.
Um porta-voz shebab, Abdulaziz Abu Musab, disse esta manhã em um comunicado que “os combatentes mujahedeens assumiram o controle do hotel Sahafi, onde apóstatas e cristãos invasores residem”.
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Os shebab, expulsos de Mogadíscio em meados de 2011, ainda controlam grandes áreas rurais, onde conduzem operações de guerrilha e ataques suicidas – às vezes até mesmo na capital da Somália – contra os símbolos do frágil governo somali ou contra a Amisom.
Eles também realizaram uma série de ataques mortais no vizinho Quênia, que fornece tropas à Amisom desde outubro de 2011.
* AFP