O ataque a creche de Saudades, no Oeste de SC, comoveu o Brasil no dia 4 de maio. Após matar cinco pessoas, incluindo três crianças, o jovem de 18 anos também feriu a si mesmo e ficou internado em estado grave na UTI por uma semana. O assassino já recebeu alta e está preso no Presídio Regional de Chapecó, mas algumas perguntas sobre o crime ainda precisam ser respondidas pela investigação.
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Ainda no hospital, na segunda-feira (10), o jovem prestou depoimento à polícia. O interrogatório durou cerca de uma hora. Segundo o delegado regional de Chapecó, Ricardo Newton Casagrande, o inquérito policial deve ser concluído nesta sexta-feira (14), quando a polícia concederá uma entrevista coletiva pela manhã para esclarecer as informações apuradas.
Confira cinco perguntas que a investigação ainda precisa responder:
Qual foi a motivação do crime?
O principal questionamento é o motivo que levou o jovem a cometer um crime tão brutal. Após ouvir familiares do autor ainda no dia 4 de maio, o delegado Jerônimo Marçal havia dito que ele é um “rapaz problemático” que “vinha maltratando alguns animais” e passava muito tempo no quarto, em frente ao computador, jogando games violentos.
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A família também relatou à polícia que o jovem não queria mais ir para a escola porque sofria bullying, o que poderia ter motivado a ação violenta.
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O que foi encontrado nos computadores, videogame e pendrive do autor?
No quarto do jovem, a polícia encontrou dois computadores, um videogame e um pendrive que foram enviados para a perícia. Ao acessar o conteúdo armazenado, a polícia pode, por exemplo, identificar mensagens e atividades online que ajudariam a entender a motivação e como o crime foi planejado.
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O ataque à creche foi planejado pela internet?
A análise de informações nos equipamentos eletrônicos do jovem pretende ainda identificar se o jovem participava de fóruns suspeitos de discussão online. Esse tipo de comportamento foi identificado em ataques anteriores no Brasil, como no massacre de Suzano (SP), em 2019.
Naquele caso, os atiradores, que abriram fogo contra alunos de uma escola, faziam parte de grupos de ódio no submundo da internet.
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Apesar de não haver indícios de que o jovem tenha seguido o mesmo roteiro, a Polícia Civil não descartou a hipótese no início da investigação.
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Os explosivos encontrados na creche poderiam ter causado uma tragédia pior?
O assassino usou rojões durante o ataque que foram recolhidos no local pela Polícia Civil. Testemunhas relataram à polícia que ficaram assustadas porque acharam que os barulhos ouvidos eram disparos de armas de fogo.
Os explosivos foram encaminhados ao Instituto Geral de Perícias (IGP) na segunda-feira (10) para descobrir o potencial de dano que os artefatos poderiam causar em estruturas ou em pessoas no local.
O autor do crime planejava atacar outra escola?
Conforme o delegado Jerônimo Marçal, depois que o jovem cometeu os ataques, ele teria dito para pessoas que estavam no local que seu objetivo era invadir a escola Escola de Educação Básica Rodrigues Alves, onde estudava até o ano passado. Disse ainda que planejava esse atentado há 10 meses.
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Ainda falta esclarecer o motivo para o jovem ter escolhido a Creche Infantil Pró-Infância Aquarela para o ataque e quais eram seus planos.
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