Apesar da audácia para driblar os adversários, o atacante Lins é tímido durante as entrevistas. Só se solta depois da terceira pergunta e fala de coisas mais pessoais apenas quando os gravadores são desligados. Um bom exemplo é o comentário sobre seu próprio bigode, que surgiu espontaneamente. É uma homenagem ao pai, seu Lourival, e há uma promessa misteriosa envolvida. O atacante revelou também que está esperando o campeonato terminar para raspar. Mas, apesar da insistência, Lins deu um sorrisinho com o olhar desconfiado e disse que não conta mais nada a respeito.

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Com 24 gols no ano e 11 no campeonato, Lins é artilheiro do Criciúma e comemora a boa fase que, segundo ele, é a melhor de sua vida. Paparicado pela torcida e imprensa, no último final de semana ele recebeu a visita dos rapazes do canal Desimpedidos, que faz sucesso com vídeos bem humorados com compilações dos gols das rodadas do Brasileirão no YouTube. Lins se diverte com os apelidos e a atenção, que confirmam seu sucesso.

– É Linswandowski, Príncipe da Paz, Olho que tudo vê, Pão da vida. O pessoal está curtindo, tudo agora nesse momento é válido. A brincadeira é sadia, só está existindo por esse momento que eu estou vivendo. Querendo ou não ajuda, estou muito feliz com tudo isso.

Mas nem tudo é curtição. Depois de uma semana de tensão, em que ele foi dúvida para uma batalha decisiva – e a permanência do Criciúma na Série A estava em jogo -, a história se repete e o atacante é dúvida mais uma vez para a disputa final do campeonato. Lins, que enfatizou não gostar de sofrer com as dificuldades do Criciúma, viverá um campeonato emocionante até o último minuto.

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– Essa torção foi no joelho esquerdo e a lesão da semana passada foi no adutor direito, que deu um edema. Eu fiz um exame, tratei a semana toda. Não me recuperei 100%, mas deu pra jogar, para estar em campo. Só vou saber mesmo a gravidade dessa torção com o exame, que será feito na quarta-feira. Minha vontade de jogar é grande, mas depende muito do exame. Espero no domingo poder estar em campo novamente – suspira ele.

Diário Catarinense – Como você avalia seu desempenho na temporada?

Lins – Foi uma temporada muito boa, a melhor da minha vida. Espero ter outras, independente de ser no Criciúma ou não, mas espero viver novamente essa fase, porque é uma coisa única que fica marcada na carreira do jogador.

DC – Como está sua meta de gols no ano?

Lins – Eu queria fechar o ano com 30 gols, então ficou faltando seis para poder ter um ano melhor. Mas está bom, estou feliz.

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DC – Na semana passada você foi dúvida para um jogo decisivo e nesta semana a história se repete. Pelo jeito, o campeonato será emocionante pra você até o último minuto. Como está sua reação a essas dificuldades?

Lins – Agora é focar bastante, trabalhar o que tem que trabalhar. Depois do jogo já comecei os tratamentos e comecei desde cedo a estar focado aqui para poder no domingo estar bem. Bem é muito difícil falar, mas quero estar no campo para poder ajudar o Criciúma a permanecer na Série A.

DC – Como foi viver o último jogo do ano em casa com o carinho de mais de 18 mil torcedores?

Lins – Foi emocionante. Eu queria ter ficado mais tempo em campo, pelo menos ter feito um gol para dedicar à torcida que veio nos apoiar, veio nos prestigiar. Mas acho que foi importante, que eles conseguiram empurrar o time. Tanto que com 25 segundos, se eu não me engano, já teve o nosso gol ali do Wellington Paulista. Então eu estou muito feliz com o apoio, eles estão acreditando e espero que possam acreditar ainda mais nesse jogo contra o Botafogo.

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DC – Qual é a história do seu bigode?

Lins – É uma homenagem ao meu pai. É uma promessa também. Tudo junto, uma homenagem, uma promessa. Depois vocês vão saber. Se você não me entrevistar, eu vou te contar. Depois que o campeonato acabar, eu vou tirar o bigode. Mas nem adianta tentar, você não vai descobrir o que é. Tem toda uma história por trás, sobre o seu Lourival (pai do Lins), homem do bigode. É uma homenagem ao meu pai. Até aí está bom, né?