A maioria dos membros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central entendeu ser “mais prudente aguardar a evolução do cenário macroeconômico até a próxima reunião, para então dar início ao ajuste da taxa básica” de juros, a Selic. A informação consta da ata divulgada hoje da última reunião do colegiado, realizada na semana passada, quando ficou decidido manter a Selic, em 8,75% ao ano.
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A explicação consta no parágrafo 27 do documento e afirma que o voto da maioria dos membros levou em conta “as informações disponíveis neste momento, aliadas ao fato de que já está em curso o processo de retirada dos estímulos introduzidos durante a crise”. Nesse mesmo trecho da ata, o comitê afirma que os votos favoráveis à alta da Selic já neste mês foram sustentados pelas “projeções de inflação e o balanço de riscos”.
No encontro encerrado na quarta-feira da semana passada, dia 17, o juro básico da economia permaneceu em 8,75% ao ano. Cinco membros do Copom votaram a favor da manutenção. Outros três defenderam a alta de 0,50 ponto porcentual.
Apesar de a decisão de aumentar a Selic ainda não ter acontecido na reunião deste mês, a ata aponta para o consenso sobre o ajuste na taxa básica de juros:
– Houve consenso entre os membros do Comitê quanto à necessidade de se implementar um ajuste na taxa básica de juros, de forma a conter o descompasso entre o ritmo de expansão da demanda doméstica e a capacidade produtiva da economia, bem como para reforçar a ancoragem das expectativas de inflação.
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A ata da reunião destaca que a projeção oficial para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no cenário de referência “elevou-se em relação ao valor considerado na reunião do Copom de janeiro e se encontra sensivelmente acima do valor central de 4,50% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)”.
A expectativa do BC para a inflação em 2011 “se elevou em relação ao valor considerado na reunião de janeiro, e se encontra acima do valor central da meta”. Em janeiro, o cenário de referência previa para 2010 e 2011 inflação ao redor da meta de 4,50%. No cenário de mercado, que leva em conta as previsões para o câmbio e juros feitas por analistas, a projeção de inflação para 2010 “se elevou, e também se encontra sensivelmente acima do valor central da meta para a inflação”. Para 2011, a expectativa “se elevou, no entanto se posiciona ao redor do valor central da meta”.
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 27 e 28 de abril.