O Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor amplo (IPCA) de 2014 no cenário de referência em relação ao valor considerado na reunião de fevereiro, permanecendo acima do centro da meta de 4,5% fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No cenário de mercado, a projeção de inflação para 2014 também subiu em relação ao valor considerado na reunião de fevereiro e seguiu acima da meta para o IPCA. Para 2015, em ambos os cenários, a projeção de inflação também elevou-se e se posiciona acima do valor central da meta.

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No Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado no fim de março, o BC informou que a expectativa de inflação ao final de 2014, pelo cenário de referência, era de 6,1%, embora ainda não considerasse a última elevação dos juros, para 11%. No cenário de mercado, a projeção do RTI para o final de 2014 era de 6,2%.

A trajetória de indicadores, segundo o BC, está em linha com o que se poderia antecipar e, para os próximos trimestres, eles também se apresentam em linha. Na ata anterior, da reunião de fevereiro, não havia essa informação. O documento é referente à reunião de abril, que elevou a Selic de 10,75% ao ano para 11%.

O documento informou ainda que os impulsos monetários introduzidos na economia, o aumento de juros iniciado em abril do ano passado, têm se propagado normalmente por intermédio dos canais de transmissão. A instituição reafirmou, em seguida, que os efeitos das ações de política monetária sobre a inflação são cumulativos e se manifestam com defasagens.

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“O Comitê entende que parte significativa da resposta dos preços ao atual ciclo de aperto monetário ainda está por se materializar”, informou o documento. A instituição ainda destacou que é plausível afirmar que, na presença de níveis de confiança relativamente modestos, os efeitos das ações de política monetária tendem a ser potencializados.

Juros devem parar de crescer

Em um discurso mais ameno, o Banco Central sinalizou que a alta do juro básico da economia pode estar perto do fim. Na ata do do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC retirou a palavra “continuidade” ao falar de ser apropriado ajuste nas condições monetárias. Na semana passada, o Copom elevou a Selic para 11% ao ano. O juro vem subindo desde abril de 2013.

A ata também retirou a palavra “especialmente” ao falar da vigilância da política monetária. O documento ainda reafirmou que os efeitos de política monetária são cumulativos e se manifestam com defasagem. A instituição chamou a atenção para o choque de preços dos alimentos in natura e, assim como o presidente do BC, Alexandre Tombini, já havia dito, garante que esse choque é temporário e tende a se reverter nos próximos meses.

Nesta quarta-feira, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostrou uma aceleração da inflação para 0,92% em março, sendo que o grupo Alimentos foi responsável por mais da metade da alta. O Copom ponderou na ata, no entanto, que a elevada variação de preços nos últimos 12 meses contribui para a inflação ainda resistente.

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O Copom repetiu informação da ata anterior de que a depreciação e volatilidade da taxa de câmbio vista nos últimos meses permite uma natural e esperada correção de preços relativos e que os movimentos nos mercados de divisas são reflexos da transição dos mercados financeiros.