Na semana em que se comemorou o Dia Internacional da Síndrome de Down, em 18 de março, a Associação Universo Down de Joinville iniciou a revitalização da nova sede, em um espaço concedido pelo Estado, em 2017. O prédio é o mesmo onde antes funcionou por quase 50 anos o Centro de Educação Infantil (CEI) Padre Carlos, no Centro de Joinville. A estrutura havia sido desativada em 2009 após interdição da Vigilância Sanitária.
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Desde 1990 a Universo Down recebe pessoas com a síndrome a partir dos três meses de idade. Atualmente, são 74 atendidos até a fase adulta. Hoje, a mais velha das integrantes tem 54 anos de idade. São diversas atividades realizadas na Instituição com o objetivo de estimulá-los de acordo com cada fase da vida. Porém, a ONG, que atua em uma sala alugada no bairro Bucarein, sofre com a falta de espaço para colocar em prática parte das dinâmicas que gostariam de oferecer.
— Temos alguns projetos em mente que são um sonho para mim e são muito importantes a serem desenvolvidos. Com a revitalização do CEI, teremos essa oportunidade. Como exemplo, a preparação deles para o mercado de trabalho, realização de atividades com um fisioterapeuta e uma sala para a psicóloga trabalhar com as famílias — ressalta Adriana Deyna, a vice-presidente e coordenadora da equipe técnica.
Além disso, segundo ela, outra questão é a preparação de crianças com idades entre quatro e sete anos de idade para a etapa de inclusão nas escolas com a alfabetização. A partir da revitalização do prédio, os jovens atendidos também terão a oportunidade de realizar atividades de Educação Física para trabalhar movimentos e os menores receberão aulas de musicalização.
— A música transforma e isso desenvolve a aprendizagem deles — completa Adriana.
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A Universo Down ainda precisa de ajuda financeira para realizar este sonho. Isso porque, em mais de um ano de arrecadações, a instituição alcançou somente 12% do valor necessário para completar as obras. De acordo com o orçamento do projeto arquitetônico e de acessibilidade realizado pela arquiteta Matilde Ihvens, serão necessários, ao menos, R$ 600 mil para toda a reforma.
Antes da concessão para a Universo Down, a projeção do Estado para reformar o imóvel era de R$ 1,5 milhão, mas esse valor foi reduzido a partir do novo projeto de Matilde. Desde o ano passado, a Universo Down realiza eventos beneficentes para arrecadar recursos para os reparos, como feijoadas, desfile inclusivo e simpósio. Até agora, foram alcançados R$ 75 mil.
Entidade depende de doações e voluntários
A instituição conta com gastos fixos mensais que variam de R$ 13 a R$ 15 mil e são pagos a partir do caixa da instituição. Até novembro do ano passado, R$ 8.049 eram recebidos mensalmente de um convênio com a Secretaria de Assistência Social. Neste ano, a instituição aguarda respostas do novo edital para saber se voltarão a receber o benefício. Além disso, a instituição conta com ajuda de pais dos frequentadores para custear as despesas mensais, incluindo o aluguel de R$ 1.540 e o salário de funcionários. Uma empresa local também doa R$ 1.000 mensalmente. Boa parte da equipe é composta por voluntários.
— A gente tem a intenção de entrar no espaço (no CEI) mesmo antes de estar completo — afirma Jéssica Alves de Lima, que atende a área de contabilidade da associação.
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De acordo com o engenheiro civil Fabiano Lopes de Souza, responsável pela obra, a parte mais importante para dar início à revitalização é a cobertura da edificação. Isso porque o espaço sofreu com infiltrações ao longo dos anos e, se esse não for o primeiro passo a ser revigorado, todo o resto da estrutura e das obras que seguirão podem ser comprometidas.
De todo o montante até então arrecadado, serão destinados R$ 60 mil para o telhado, considerando mão-de-obra e compra dos materiais. O engenheiro também explica que foi necessário fracionar a obra em etapas.
— O cenário ideal seria ter os R$ 600 mil e realizar a obra entre quatro e seis meses, que é o tempo estimado para cumprir o que precisa ser feito. Mas não é o que temos agora, então vamos trabalhar de acordo com o que arrecadarmos — destaca.
Com relação ao segundo estágio da obra, a ideia é iniciar a revitalização do primeiro bloco de forma que permita a iniciação dos trabalhos da instituição.
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— A gente quer trabalhar em uma etapa maior que dê viabilidade a eles (a ONG) de virem para cá, principalmente para que eles não tenham o gasto de locação mensal — lembra o engenheiro.
Como realizar as doações:
Banco do Brasil
Agência: 0038-8
Conta Corrente: 203777-7
CNPJ: 81144099000105
Associação de Síndrome de Down de Joinville – Adesd