A partir desta sexta-feira, todos os fins de semana de fevereiro e março terão pelo menos uma opção de espetáculo teatral em Joinville, com diversidade de gêneros e faixas etárias. É quando começa o Verão Teatral, festival criado pela Associação Joinvilense de Teatro (Ajote).

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Confira a programação do 4º Verão Teatral

Isso não significa que, quando março acabar, as apresentações se tornarão raras: graças à união iniciada há 15 anos por atores e diretores da cidade, há espaço, produção e recursos suficientes para garantir que Joinville dificilmente passe uma semana sem teatro na agenda cultural. O festival, que reúne 16 peças teatrais, é uma espécie de esquenta criada há quatro anos para dar início às temporadas no Galpão de Teatro da Ajote.

O local é, aliás, a maior conquista da associação: uma sede própria, administrada pelo grupo, onde há estrutura para apresentações sem custo para os associados e com taxa simbólica para as companhias de outras cidades. Ele é um dos galpões da antiga Cervejaria Antarctica, patrimônio histórico adquirido pela Prefeitura para ser transformada na Cidadela Cultural – projeto que ainda não chegou a acontecer efetivamente, já que não há orçamento para a reforma do imóvel.

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Em compensação, o teatro entrou em obras entre 2010 e 2011, e, desde então, ganha revitalização todos os anos. Exceto a grande reforma, feita em parceria com a Fundação Cultural de Joinville, os reparos e reestruturações do local são feitos com recursos da associação, a partir da anuidade dos associados e de porcentagens da bilheteria.

– Esta revitalização é uma preocupação constante do grupo e um benefício para a sociedade, já que estamos mantendo um patrimônio cultural de Joinville – salienta a presidente da Ajote, Samira Sinara Souza, que lembra ainda do projeto de manutenção do local com profissionais técnicos, possível via Mecenato Municipal.

A Associação Joinvilense de Teatro ainda tem entre seus méritos a produção de dois festivais anuais (além do Verão Teatral, há o Cena, com 12 edições realizadas), o trabalho de formação nas várias áreas das artes cênicas e a força política conquistada em uma década e meia. Hoje, a Ajote é referência nos diálogos com a gestão pública.

– De forma muito merecedora, ela virou uma instituição respeitada pela classe artística e pelo poder público, a partir de seus manifestos e seus posicionamentos – avalia o presidente da Federação Catarinense de Teatro (Fecate), Cássio Corrêa.

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Esta é uma das metas que a atual diretoria prevê atingir nos próximos anos: além de reforçar o trabalho de formação e de produção, também buscar o embasamento das leis que regem as políticas culturais, para que esta organização ganhe força na luta pelos direitos da classe e da grande beneficiada: a sociedade civil.

– O trabalho da Ajote vai além do Galpão de Teatro. Ele está na reflexão da cultura da cidade e nos processos de formação dela na comunidade, para estímulo e motivação – afirma Samira.