Associação Jaraguaense de Equoterapia (AJAE), entidade que promove atendimentos de equoterapia em Jaraguá do Sul, passa por dificuldades financeiras. As sessões que acontecem diariamente na Sociedade Hípica Jaraguá correm o risco de ter o valor reajustado e tornar o tratamento inviável para crianças de baixa renda. O alerta é feito pela instrutora de equitação e pedagoga Paula Monteiro.
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– O preço da sessão é subvencionado de acordo com o apoio que recebemos. O risco é que tenhamos de aumentar o valor e ficar caro para quem não pode pagar – lamenta.
Cada sessão custa R$ 85. O projeto atende 34 pacientes, sendo que 50% pagam o preço normal de sessão, 30% são gratuitos e 20% recebem desconto. A equipe técnica é formada por psicólogos, fisioterapeutas, pedagoga e instrutores de equitação, parte deles trabalha de forma voluntária e outra cobra um preço simbólico. A maior parte dos pacientes são deficientes físicos, mas também são atendidos deficientes mentais e crianças que querem iniciar na equitação.
Os gastos aproximados são de R$ 8 mil, que vem de doações de empresários e o pagamento das sessões. Segundo Paula, a receita é insuficiente para cobrir o gasto, também porque a cobrança é feira por sessões que a criança efetivamente faz. Tudo que excede esse valor acaba sendo coberto com reservas que seriam destinadas a gastos extras, como tratamento dos cavalos. Em dia de chuva, por exemplo, a terapia é cancelada. Por causa desse fator, a AJAE necessita de um picadeiro coberto.
– Temos cerca de 30% de falta por mês ou por causa de doença ou pela chuva. A nossa ideia é não entrar mais no negativo. Temos de pensar em maneiras de reduzir o nosso custo para não deixar esse projeto morrer – diz.
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Grupo de trabalho
No primeiro semestre desse ano foi criado um grupo de trabalho na Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul para ajudar a associação. O objetivo é elaborar um projeto de captação de recursos da iniciativa privada para construção do picadeiro. A estrutura deve custar cerca de R$ 100 mil. Porém, a associação já tem o terreno que vai receber o espaço, com cerca de 650 m², dentro da Sociedade Hípica de Jaraguá do Sul.
Por ser um local privado o poder público não poderá investir na estrutura. No entanto, o grupo também trabalha para que o terreno seja desmembrado e passado para o nome da associação para viabilizar doações por parte do poder público municipal e estadual. A AJAE possui o título de utilidade pública nas duas esferas. Uma nova reunião entre membros da AJAE e os vereadores deve ocorrer no dia 17.
Desenvolvimento com auxílio dos cavalos
A equoteraipa proporciona maior qualidade de vida para crianças com deficiência física ou mental e estimula os pacientes por meio do contato com a natureza. Exemplo disso é o pequeno Gabriel Generoso, de 3 anos, portador de paquigiria. A mãe Denise Generoso, 46 anos, destaca um grande desenvolvimento, sobretudo, na parte motora.
– Depois que ele começou a fazer a equoterapia está mais firme, com mais equilíbrio – descreve a mãe, que ficou sabendo da equoterapia em um panfleto.
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Denise considera importante que o trabalho se mantenha com a proposta voluntária. Na visão dela, um valor maior na mensalidade vai acarretar em desistência de parte dos pacientes principalmente de famílias mais carentes.
– Fazemos todo o esforço para manter tudo o que ele precisa, como fisioterapia, fonoaudiologia, consultas e remédios. Todos que têm uma deficiência têm um gasto maior, além de ficarem doentes com mais facilidade – relata.
A mãe conta que gasta em média R$ 1 mil por mês com os tratamentos de Gabriel e a única forma do filho melhorar sua condição física é por meio das terapias.
– A equoterapia é uma das que ele mais recebe estímulos. Eu falo para ele: vamos ver o Caramelo (o cavalo)? Dá para ver a felicidade no rostinho dele – conta.
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Como ajudar
– Empresas que declaram no lucro real e que tem como filosofia a responsabilidade social podem destinar parte do imposto de renda se beneficiando da lei nº 9.246 de 26 de dezembro de 1995, artigo 13. Outra forma é adotando um praticante, onde possibilitará o acesso de pessoas carentes ao tratamento. O paciente adotado por uma pessoa física ou jurídica poderá fazer sessões de equoterapia com um plano de trabalho individual. Informações no 9175-4786 ou 3275-3561.