Mais de 250 familiares e amigos das vítimas da tragédia na boate Kiss, em Santa Maria, reuniram-se na manhã deste sábado para tratar da criação de uma associação que preste assistência e tenha força política para garantir ações junto ao poder público. Para a primeira reunião, feita ainda de modo informal, era esperada a presença de cerca de 100 pessoas, mas foram cadastrados 199 famílias – representantes legais das vítimas.
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A iniciativa partiu de familiares, que procuraram a Defensoria Pública de Santa Maria. A intenção é que, em novo encontro no dia 23, às 9h, também no Colégio Santa Maria, os familiares próximos – de primeiro grau – das vítimas definam o nome e a diretoria da associação.
Ainda foi criada uma comissão formada por 10 pais de vítimas que debaterá a formulação de um estatuto que deve reger a associação. O documento será apresentado na reunião do dia 23.
Após a reunião, os dois idealizadores da associação e pais de vítimas do incêndio, Adherbal Alves Ferreira, 48 anos, e Leo Carlos Becker, 51, concederam coletiva junto ao defensor público Andrey Melo. Becker, 51 anos, afirma que a reunião foi carregada de emoção e de conforto a todos.
– O clima da reunião de hoje foi muito bom, com pais se abraçando e se chamando de “irmão”. A reunião, além de ser o embrião da associação, serviu para que conseguíssemos nos abraçar a quase todos. Ninguém melhor do que nós, ainda enlutados, para entendermos a dor dos pais.
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Melo garantiu que a associação terá o amparo jurídico da Defensoria Pública e que será um marco de fiscalização.
– Essa associação vai ter o papel de auxiliar os familiares emocionalmente. Num segundo momento, vai ser um marco de fiscalização do poder público. Depois, garantir os interesses das vítimas em questões jurídicas, indenizatórias e de tratamento de saúde. O protagonismo de uma associação após a tragédia tem uma força política imensurável – afirma Melo.

