As medidas cambiais anunciadas ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, são positivas, “porque é a primeira vez que se adota alguma coisa contra as causas da valorização do real”. A avaliação foi feita hoje pelo vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. De acordo com ele, as medidas não vão resolver todos os problemas.
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– Temos que entender que o Brasil faz parte do mundo econômico. Se o problema dos Estados Unidos não for resolvido, infelizmente terá reflexo para o Brasil – declarou.
Apesar disso, Castro considera que as medidas tomadas pelo governo federal estão no caminho certo, pois reduzem significativamente a especulação cambial.
Segundo ele, alguns poucos exportadores que fazem operações de hedge (proteção) podem vir a ser tributados. Mesmo que isso ocorra, acrescentou, o ganho que eles devem ter com a desvalorização do real é muito maior do que a tributação.
De acordo com o vice-presidente da AEB, as medidas não vão alterar as projeções feitas para a balança comercial brasileira este ano.
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– O Brasil exporta 70% de commodities [produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional]. E elas, hoje, não têm problema algum decorrente da taxa de câmbio. Os preços dessas produtos se mantêm elevados no exterior e o país tira proveito da situação – disse.