A conselheira de Segurança Nacional da Casa Branca, Susan Rice, apresentou nesta quinta-feira ao ministro brasileiro das Relações Exteriores, Luiz Fernando Figueiredo, explicações sobre a revisão dos procedimentos de espionagem feitos pela Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês).

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– Essas explicações serão analisadas pelo governo brasileiro e aí vamos ver. A presidente Dilma vai decidir os próximos passos – afirmou o ministro.

De acordo com Figueiredo, “no dia antes do discurso do presidente Obama sobre a revisão nos procedimentos de inteligência, Rice me ligou e me convidou para vir aqui para conversar sobre o anúncio feito e esclarecimentos que eu pudesse pedir a ela sobre o que vai ser feito”.

O chanceler brasileiro se negou a revelar o conteúdo da reunião com Rice, limitando-se a comentar:

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– O lado americano sabe perfeitamente o que nos queremos deles e, por isso, estamos num processo de esclarecimento para encaminhar essa questão.

Figueiredo também evitou confirmar que o governo brasileiro tenha exigido um pedido formal de desculpas por parte dos EUA pela interceptação das comunicações pessoais da presidente Rousseff, feitas pela NSA.

As relações de Brasil e Estados Unidos são “densas, importantes, somos dois parceiros, mas que temos questões a resolver”, disse Figueiredo.

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O ministro brasileiro disse “não estar surpreso” com o telefonema e com o convite de Rice para uma reunião em Washington.

A relação entre Rice e Figueiredo remonta a alguns anos, já que ambos foram representantes de seus respectivos países na ONU.

A Casa Branca se limitou a informar que, na reunião, “Rice apresentou os resultados da revisão das atividades americanas de inteligência e as reformas que serão implementadas como anunciado pelo presidente Obama em seu discurso de 17 de janeiro”.

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As denúncias sobre a interceptação telefônica de Rousseff por parte da NSA foi o pior episódio nas relações bilaterais em várias décadas, a ponto de promover a suspensão de uma visita de Estado que Dilma faria a Washington em outubro passado.

Em meio ao escândalo por espionagem, Obama ordenou uma revisão completa das operações de inteligência, em especial contra cidadãos estrangeiros e chefes de Estado, ou de Governo, e uma reforma dos procedimentos.

Embora o pacote de reformas deixe os líderes estrangeiros explicitamente fora do alcance da Inteligência, Obama deixou claro que “não vamos pedir desculpas pelo fato de que nossos serviços [de inteligência] são mais eficientes”.

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Na semana passada, uma alta fonte do Departamento de Estado havia dito à imprensa que, entre as prioridades da diplomacia dos Estados Unidos este ano, destaca-se “retomar as relações com o Brasil”.

O escândalo foi deflagrado pelas revelações do ex-analista de inteligência americana Edward Snowden, que hoje se encontra refugiado na Rússia.

– Em momento nenhum de minha conversa com Rice se falou do Snowden – garantiu Figueiredo.

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