O plenário da Assembleia Legislativa deverá decidir se o Estado terá novo Hino ou se vai manter o atual. A discussão sobre um dos símbolos de SC tinha ficado a cargo de uma comissão formada por músicos e representantes de órgãos estaduais, que após se reunir por seis vezes, não chegou a um acordo. O grupo decidiu, então, que o tema deve ser analisado pelos 40 deputados. A data ainda não está definida.

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O músico e presidente da comissão, Luiz Meira, disse estar desapontado com o resultado dos trabalhos e informou que a decisão de não tomar nenhuma iniciativa teria sido a melhor escolha, já que as discussões não avançavam.

– A corrente que é contra a mudança participou com uma decisão firme não aberta para novas discussões. Por isso decidimos encerrar as reuniões e deixar a decisão a cargo da Assembleia. Não resolveria nada continuar discutindo sem avanços – diz.

A proposta de debater se o hino de Santa Catarina deve ser alterado partiu de um projeto de 2010 do deputado Gilmar Knaesel (PSDB) e teve apoio de 33 deputados estaduais, mas ela já vem sendo debatida desde 1992. Segundo o deputado, a comissão não tinha a obrigatoriedade de tomar uma decisão e que a escolha pelos integrantes foi a melhor possível.

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– Nela estavam profissionais de alta qualificação. Eles tinham a liberdade para mudar o hino, para mantê-lo ou também para não imitir nenhuma decisão caso fosse a vontade de todos – explica o deputado.

O conteúdo do relatório elaborado pela comissão, segundo Luiz Meira, é confidencial e deverá ser entregue à diretoria da Alesc dentro de 15 dias para depois ir à Plenário.

– Para mudar o hino é preciso muita coragem e, agora, não é possível prever o que irá acontecer, nem quando a decisão será tomada – afirma Knaesel.

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A polêmica

Porque se discute a mudança

– A letra não remeteria à história e aos valores de SC

– Não há pronunciamento do nome do Estado

– A letra é difícil de decorar e cantar

– Não foi feito em linguagem popular para todo o cidadão poder cantar

Porque se discute a manutenção

– O hino tem carga histórica na melodia e na letra

– Manter o atual é uma maneira de reconhecer e valorizar o passado

– Sua história e sua letra deve ser mais explorada em escolas e eventos oficiais

– A poesia é única e ele já foi cotado para ser hino nacional

Os autores do hino

A letra é do carioca Horácio Nunes com música do pernambucano José Brazilício de Souza. A canção foi tocada pela primeira vez em 1890. Cinco anos depois, no dia 6 de setembro, foi oficialmente adotada como Hino de SC, após a assinatura da Lei 144 pelo então governador Hercílio Luz.

A comissão

1 – Luiz Meira – músico e presidente da comissão

2 – Alberto Andrés Heller – pianista e compositor

3 – Edna De Marco – Secretaria de Estado de Turismo Cultura e Esporte

4 – Ivan Schmidt Filho – Fundação Catarinense de Cultura

5 – Jairo Barbosa – Conselho Estadual de Cultura

6 – Artêmio Zanon – Academia Catarinense de Letras

7 – Valberto Dirksen – Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina

8 – Carlos Augusto Vieira – violinista