Pacientes, cientistas, ativistas e políicos se reuniram na manhã desta sexta-feira na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) para o II Seminário Catarinense de Fosfoetanolamina Sintética no Tratamento do Câncer. O debate mobilizou participantes de diversas cidades do Estado, já que contou com a presença de Gilberto Orivaldo Chierice, químico que desenvolveu a fosfoetanolamina sintética na década de 1990 e desde então pesquisou a aplicação da substância contra tumores cancerígenos.
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O seminário foi aberto pela deputada Ana Paula Lima (PT), presidente da comissão da Casa. Ela declarou que a discussão é importante para que mais pessoas possam se interessar pela luta em busca da liberação da fosfoetanolamina e ressaltou que vai cobrar do governo do Estado ações práticas para que testes em pacientes também sejam realizados em Santa Catarina:
– O Brasil tem que fazer esse debate, e se as autoridades não fizerem o povo vai fazer. Nos temos dois lados em situações opostas: de um, a sociedade civil, que luta para buscar a melhora da qualidade de vida e uma chance a mais de esperança para quem tem a doença; e de outro o lobby de grupos poderosos que tentam desqualificar a fosfoetanolamina.
Gilberto Chierice relembrou que a pesquisa ocorre há mais de 20 anos e que há resultados que comprovam o funcionamento da substância contra tumores. Ele revelou ainda que já esteve em contato com a Secretaria de Saúde de Santa Catarina e sugeriu que o Estado faça a adesão ao protocolo que está em uso por São Paulo, que iniciou os testes em humanos nesta semana:
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– É o que outros Estados vão fazer, como o Amazonas, porque é adesão, não custa nada, já é do governo e é um protocolo aprovado.
Ao final do seminário os participantes aprovaram o encaminhamento de solicitar que faça a adesão, através do Centro de Pesquisas Oncológicas de Santa Catarina (Cepon), para iniciar os testes em pacientes catarinenses. Além disso, os encaminhamentos também pedem a destinação de recursos para as pesquisas.