Moradores do Norte de Florianópolis preocupados com a criminalidade na região lotaram o Centro de Eventos Luiz Henrique da Silveira, na noite desta quarta-feira, para ouvir o que as autoridades da Segurança Pública tinham a dizer. A principal e velha reivindicação era o aumento do efetivo das polícias Civil e Militar.

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O evento foi promovido pela Assembleia Legislativa. Também presente estava a Secretaria de Segurança Pública, que apresentou dados que chamam atenção:enquanto aumentaram roubos, houve uma pequena diminuição do efetivo.

Em nome da comunidade, falou o presidente do Conselho de Desenvolvimento do Norte da Ilha (Codeni). O advogado Luiz Cesar Costa cobrou maior presença não só da polícia, mas também da Guarda Municipal.

— Hoje o 21º BPM tem 160 homens. Se for dividir por escalas, restam em média 25 agentes para atender uma população que passa de 100 mil habitantes — calcula. — É difícil ver a Guarda Municipal aqui. Eles podiam auxiliar no trânsito, na fiscalização de ambulantes e liberar a polícia para os crimes mais perigosos — sugere.

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O secretário adjunto de Segurança, Aldo Pinheiro D’Ávila, disse que a reposição de pessoal é o principal objetivo da pasta, mas que ao mesmo tempo é a política mais difícil. Os dados que ele apresentou mostram que, de 2015 para cá, diminuiu de 166 PMs para 159 no Norte. Quanto aos policiais civis, caiu de 45 para 35. Mas garante reposição.

— Nós temos 18 mil servidores na Segurança, e nos últimos cinco anos conseguimos repor um terço do quatro. E temos 1.364 servidores prontos para iniciar formação — adianta.

A polícia conseguiu diminuir os números de roubos a casas e comércios: foram 31 residências roubadas em 2013, frente a 25 em 2015, e 81 lojas há dois anos, contra 33 no ano passado. No entanto, os roubos a pedestres aumentaram de 168 para 211 neste mesmo período.

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O coronel Renato Cruz Junior explica que o aumento dos roubos pode ser explicado pelo combate ao tráfico de drogas.

— Ontem nós desarticulamos uma quadrilha na região de Canasvieiras, prendemos 10 pessoas, mas o crime migra. Sem a receita do tráfico, esses traficantes passam a roubar — justifica.

De acordo com o coronel, em 2016 no Norte da Ilha foram 37 mandatos de prisão, 37 veículos recuperados, 103 kg de maconha e 4,5 kg de cocaína apreendidos, além de 39 armas recuperadas.

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— São carros e armas que não estão mais na mãos de bandidos — comemora o oficial.

As demandas da comunidade serão levadas ao governador Raimundo Colombo.