O homem acusado de assassinar um vendedor de paçoca em frente a um supermercado de Blumenau, em novembro de 2023, foi condenado a 14 anos de prisão em regime inicial fechado. O julgamento durou pouco mais de 10 horas e terminou no início da noite desta quarta-feira (26), no Fórum da Comarca de Blumenau.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

Gleidson Tiago da Cruz respondia por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e com recurso que dificultou a defesa da vítima. As duas qualificadoras do crime foram aceitas pelos jurados. Gleidson está preso desde o dia do assassinato de Giovane Ferreira da Silva de Oliveira, vendedor de paçocas morto em uma calçada em frente ao Giassi. O crime foi cometido na frente da filha do acusado, de apenas 2 anos de idade. O caso ocorreu em 3 de novembro de 2023.

No julgamento desta quarta-feira, a juíza negou o direito de o réu recorrer em liberdade da decisão por garantia da ordem pública. Segundo ela, o crime revela requintes de crueldade e uma eventual saída do criminoso poderia gerar risco social.

No depoimento, primeira vez em que Gleidson falou sobre o caso, ele disse que tudo teria acontecido muito rápido e que não se lembrava do momento exato em que deu as facadas. Sustentou que a vítima teria abordado a criança, o que teria dado origem à briga, e que Giovani teria dito saber onde Gleidson morava, ameaçando-o. Ainda assim, pediu perdão à família da vítima.

Continua depois da publicidade

Veja imagens do crime

Após o julgamento, o advogado a defesa do réu, Rodolfo Warmeling, afirmou que pretende recorrer da decisão. A defesa sustentou que ele teria agido em legítima defesa após uma ameaça, e que o crime não foi motivado pela suposta oferta de uma paçoca que a vítima teria feito.

— Esse recurso será feito agora para discutir uma decisão técnica e pontual de uma qualificadora, haja vista que a pena ficou no mínimo legal — pontuou.

A promotoria que atuou no caso disse que ainda deve avaliar uma apresentação de possível recurso para tentativa de aumento de pena do réu. A advogada da família da vítima, Maria Cecília Seraphim, avaliou que o júri foi difícil para os familiares.

Continua depois da publicidade

— O Giovani não vai voltar, mas os familiares ficaram contentes que a Justiça foi feita, os jurados decidiram exatamente de acordo com o pedido da acusação. Então agora o que a família quer é seguir a vida — afirmou.

Crime ocorreu à luz do dia

Segundo a investigação, Gleidson teria ido ao supermercado Giassi, no bairro Victor Konder, com a filha de dois anos e Giovane teria oferecido um doce à pequena, o que supostamente gerou um atrito com o pai. A partir daí, em um intervalo de 16 minutos, o criminoso foi para casa e voltou com uma faca, segundo a polícia.

Conforme imagens de câmeras de segurança, Giovane estava de costas quando o assassino retornou e começa a golpeá-lo. A vítima tentou se esquivar, mas foi perseguida e reiteradamente esfaqueada. Foram 19 golpes de faca. Quando o socorro chegou, o vendedor já estava morto.

Gleidson permaneceu no local do crime até a chegada da polícia e foi levado para a delegacia. A prisão em flagrante foi convertida em preventiva e o homem permaneceu detido no presídio de Blumenau desde então.

Continua depois da publicidade

Leia também

O que falta saber sobre o assassinato brutal de duas mulheres em Navegantes

Evanio Prestini é condenado à prisão no Caso Jaguar, mas sai pela porta da frente do Fórum

Militares invadem palácio e presidente da Bolívia denuncia golpe de Estado