Kelber Henrique Pereira recebeu pena máxima por matar a esposa e o filho de apenas três meses de vida. O crime bárbaro chocou Blumenau em julho do ano passado e o assassino sentou no banco dos réus nesta quarta-feira (22). Durante quase 10 horas de julgamento, depoimentos trouxeram à tona a crueldade com que mãe e filho perderam a vida. O juiz Eduardo Passold Reis chegou a descrever o local dos crimes como “cena de horror”.

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Kelber foi condenado a 24 anos de prisão pelo feminicídio de Jéssica Ballock; mais 35 anos de cadeia pelo homicídio do filho Théo Pereira; e um ano e 9 meses por apropriação indébita — ele usou o carro da firma onde trabalhava para fugir. Somadas, as penas chegaram a 62 anos, dois meses e 20 dias de reclusão. A defesa informou que vai recorrer da decisão, para tentar reduzir a pena.

Ao ler a sentença e falar sobre os impactos dos crimes, o juiz frisou a dor da família de Jéssica ao perder a filha e o neto de maneira tão cruel. Lembrou também que o primogênito, que quase dois anos de idade, teve o direito de conviver com a mãe e o caçula tirados dele. Reis relembrou, inclusive, que os pais da jovem precisaram limpar o sangue das vítimas que ficou no imóvel, pois o apartamento no bairro Velha era alugado e os proprietários pediam a devolução.

— A conduta foi cometida com tamanha frieza e brutalidade, atestada pelo laudo, que o local dos crimes deixado pelo acusado retrata uma cena de horror, raiva, cuja culpabilidade é muito superior e encontrada em crimes dessa natureza — disse o magistrado.

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Kelber ficou em silêncio durante o julgamento (Foto: Thiago Walter, NSC TV)

Cronologia do crime

O promotor Carlos Alberto da Silva Galdinno sustentou que Kelber asfixiou Jéssica no quarto do casal e depois a esfaqueou várias vezes na região do pescoço. Depois, usando a mesma faca, golpeou reiteradamente o filho caçula. O primogênito do casal estava no apartamento no momento que o pai matou a mãe e o irmão dele. Ele não foi ferido.

Kelber fugiu do apartamento e levou o menino para a casa dos avós paternos em Minas Gerais.

Os corpos foram encontrados em 25 de julho e o assassino foi localizado e preso dois dias depois disso.

Conforme informações da EPTV Campinas, Kelber teria contado aos PMs que foi a São Paulo para se internar em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos indicada por um amigo. De acordo com o sargento da PM Rodrigo Chagas, o foragido deixou SC, foi para Minas Gerais deixar o filho com a família e, de lá, seguiu para Bragança Paulista, trocou de carro e viajou sozinho até Paulínia. 

Embora tenha confessado, Kelber ficou em silêncio durante o julgamento.

Ele não poderá recorrer da sentença em liberdade.

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