Em um ano de crescimento da violência em Santa Catarina, o número de assassinatos teve dois picos durante os 12 meses do ano. O primeiro deles foi nos primeiros cinco meses do ano, enquanto o segundo ocorre neste final de 2017. Até 25 de dezembro, foram 1.122 mortes violentas em todo o Estado. Neste quesito estão inclusos os casos de homicídio, latrocínio (roubo seguido de morte), lesão corporal seguida de morte e intervenções policiais. Somente em homicídios foram 960. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública (SSP/SC) e cedidos pela Polícia Militar (PM).
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As estatísticas mostram que entre janeiro e maio o número ultrapassou a casa das 100 mortes em três meses. O mais alto foi fevereiro, com 116 assassinatos. Em junho houve uma queda brusca, com 77 casos, o que se repetiu em agosto depois de um julho com 91 mortes. No final do ano, a partir de setembro, os assassinatos voltaram a subir. Neste mês de dezembro foram 89 casos em todas as cidades catarinenses.
Em Florianópolis a escalada de violência seguiu a mesma linha do Estado, inclusive puxando as estatísticas com o maior número de assassinatos em Santa Catarina. Até dia 25 de dezembro foram 173. Joinville, a segunda cidade com mais mortes teve 135 até então.
Nos dados da Capital, os quatro primeiros meses foram os que mais tiveram casos. Em abril, no pico dos assassinatos, foram 21 ocorrências. Naquele mês, as polícias registraram duas chacinas, uma na Costeira do Pirajubaé e outra na Vila União. Neste final de ano houve um novo crescimento, desta vez entre novembro e dezembro, com 18 e 17 assassinatos, respectivamente.
O subcomandante-geral da Polícia Militar em Santa Catarina, coronel Araújo Gomes, credita a ações policiais a redução de crimes após os principais picos do ano em Florianópolis. Segundo ele, em maio foi feita a primeira etapa da Operação Cérbero com reforço policial vindo do interior do Estado. O efetivo ocupou comunidades no Norte da Ilha e no Continente.
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Em setembro, diz o coronel, com sinais de aumento dos crimes, outra operação foi feita com a mesma fórmula de maio.
— Em novembro as mortes se concentraram em poucos dias, logo após a chegada do Neném da Costeira (traficante preso em Criciúma) ao Estado, e se caracterizaram por execuções em locais ermos ou inesperados. Mudamos a estratégia para saturação por patrulhamento tático e ações rápidas de inteligência, ambas para retirada de armas. Chegamos a ter 20 armas apreendidas em dois dias e meio — explicou o subcomandante.