A violência em Florianópolis alcança dimensão assustadora este ano. O motivo está nos índices alarmantes de assassinatos: houve aumento de 166% em comparação com o mesmo período do ano passado, conforme dados da Secretaria de Segurança Pública pedidos pelo Diário Catarinense.
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Foram computados 32 homicídios na Capital de 1º de janeiro a 18 de maio de 2016. No ano passado, numa comparação com as mesmas datas, foram 12 homicídios. Não há uma explicação específica para o aumento dos assassinatos e sim uma série de fatores, na avaliação das polícias Civil e Militar.
Assim como acontece em outras regiões do Estado, policiais civis e militares que atuam nas ruas disseram à reportagem que a realidade da guerra de facções criminosas pode estar por trás das mortes.
Nesse contexto, chamam a atenção os conflitos em áreas conflagradas historicamente em Florianópolis como o bairro Monte Cristo, no Continente, onde grupos rivais (Primeiro Grupo Catarinense x Primeiro Comando da Capital, de São Paulo) eliminam vidas na disputa pelo rentável mundo do tráfico de drogas.
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Criminalidade semelhante começa a crescer também no norte da Ilha, onde há guerra de facções aos mesmos moldes do Continente. Policiais apontam ainda áreas críticas com mortes nos morros da Serrinha, Mariquinha e Costeira. Há ainda vítimas usuárias de drogas que foram mortas porque pegaram entorpecentes e não pagaram os traficantes.
O dado positivo, de acordo com a SSP, foi a diminuição este ano dos latrocínios (roubos seguidos de morte) em Florianópolis. Foram dois casos de janeiro a 18 de maio contra quatro no mesmo período de 2015.
Polícias apontam crise econômica
Questionadas sobre o aumento dos assassinatos em Florianópolis, as polícias Civil e Militar elencaram vários motivos, entre eles a crise econômica, que de alguma forma estaria influenciando na violência.
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— Atribuímos a recessão econômica em progressão, elevando o nível de desemprego e ampliando a população socialmente excluída, o incremento do tráfico de drogas (também em decorrência da recessão, uma vez que o consumo e o número de usuários também se elevaram). As disputas territoriais e acertos de contas também se acentuaram — aponta o tenente-coronel Alessandro Marques, subchefe de comunicação da PM.
Para Marques, também há de se considerar a maior sensação de ausência de punição pelas camadas sociais mais vulneráveis aos crimes relacionados a droga ilícitas, favorecendo o aliciamento e a cooptação pelo crime organizado.
O diretor da Polícia Civil na Grande Florianópolis, Verdi Furlanetto, afirma que existe uma banalização da vida e o aumento da crise econômica nacional, que de forma indireta influenciam na violência.
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— Isto notoriamente é observado no país em geral — diz, garantindo que a Polícia Civil está trabalhando com muito afinco e integração das delegacias especializadas da Capital e as de área, além de troca de informações e operações conjuntas para reverter os números e diminuir a violência.