A filha da mulher assassinada pelo companheiro em Itajaí nesta semana já tinha presenciado um feminicídio, de acordo com informações do Conselho Tutelar.  A menina morava com outro casal quando o policial aposentado matou a ex-companheira em Camboriú por não aceitar o fim da relação. O caso ocorreu em abril de 2020. A garota se refere à vítima como avó, mas as autoridades ainda não confirmaram se elas eram, de fato, parentes. 

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Depois do crime, a adolescente teria voltado a morar com a mãe biológica, agora também vítima de feminicídio, segundo a Polícia Civil. A adolescente, hoje com 13 anos, foi quem estranhou o sumiço da mãe no começo desta semana e chamou a Polícia Militar. Ela estava trancada pelo lado de dentro de casa com a irmã caçula, de 5. A mulher foi achada morta no mesmo imóvel. As duas foram levadas para um abrigo. 

Conforme o Conselho Tutelar, por volta das 10h30min desta segunda-feira (7) a equipe foi chamada pela PM porque as duas garotas estavam presas em casa e, no momento, a mãe estaria desaparecida. No local as crianças conversaram através do vidro da porta e aguardaram até a chegada de um chaveiro. Enquanto o tempo passava, uma nova informação apontava que a mãe possivelmente estaria morta

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Foi quando as autoridades começaram a desconfiar que o corpo estaria dentro da mesma casa que as meninas. Foram elas que contaram que apenas o quarto da mãe estava com a porta trancada e sem acesso. O Conselho Tutelar tirou as filhas da casa antes de a polícia começar as buscas no imóvel e não comentaram com as pequenas sobre a possibilidade de ter acontecido um crime na residência. 

Somente depois da retirada das duas do local o chaveiro abriu a porta do quarto e encontrou o corpo da mulher sobre a cama coberto com um lençol. De acordo com a PM, não havia sinais de agressão ou marcas de tiro e facadas, o que leva a polícia a levantar a hipótese de assassinato por asfixia. 

O laudo do IML deve confirmar a causa da morte. 

Ficou a cargo da equipe de Psicologia e Serviço Social do abrigo decidir a melhor forma de contar sobre a morte às filhas e definir sobre levá-las ao velório. As meninas não foram ouvidas ainda pela Polícia Civil, pois como são menores de 14 anos precisam de um atendimento especializado para evitar novos traumas. 

A delegada do caso disse que já tem depoimentos agendados para tentar esclarecer o caso. O homem seguia foragido até a tarde desta terça-feira (8). Ele cometeu o crime durante uma saída da Penitenciária de Joinville, para onde deveria ter voltado no dia 4 de novembro, mas não retornou. O homem deveria estar cumprindo pena por roubo e tráfico de drogas.

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As informações apontam que o homem e a mulher estavam casados desde quando a adolescente era pequena. Ele não é o pai biológico dela, apenas da mais nova, segundo o Conselho Tutelar. No dia que pediu ajuda à PM a garota contou que ligou para mãe do suspeito para saber se a genitora estava lá e descobriu que não. Ligou então para o serviço da mãe, onde soube que a mulher também não tinha aparecido para trabalhar. 

Foi então que a adolescente decidiu ligar para o 190 e pedir ajuda, já que estavam trancadas em casa. Durante a ocorrência a polícia informou ter recebido ligação de um familiar do homem dizendo que ele teria feito contato e falado sobre o assassinato. Informações apontavam que ele embarcou na rodoviária de Balneário Camboriú rumo a Curitiba. 

Policiais chegaram a aguardar ele descer na rodoviária na capital paranaense, mas o homem desembarcou antes. 

O paradeiro dele ainda é desconhecido.