SAN JUAN – Ao descobrir que o forasteiro que lhe pede informações sobre como chegar a Ponce é brasileño, o funcionário do posto de atendimento ao turista do aeroporto da capital San Juan, Javier Sanchez, fecha o sorriso na hora e assume um ar de pesar pelos niños muertos.
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O assassinato dos três irmãos nascidos em Criciúma – Erick, 10 anos; Eileen, oito; e Emmanelis, seis, filhos da também catarinense Marlene Martins da Rocha – por sufocamento na quarta-feira, na cidade do Sul de Porto Rico, deixou o país caribenho chocado. Para a polícia local, o autor do crime foi o pai das crianças, Erick Seguinot, 50 anos, que se enforcou em seguida.
Reação semelhante tem a balconista de uma rede de pizzarias no desembarque, Maria Mendez, acrescida da pergunta que todos em Porto Rico se fazem: “Por que?.” O crime estampa as páginas dos principais jornais do país, dividindo espaço com as eleições ao governo portorriquenho, a serem disputadas na próxima terça-feira.
O diário Primera Hora destaca que os amiguinhos de escola das três crianças estão recebendo ajuda psicológica “e espiritual” para lidar com a dor da perda. Segundo a diretora da escola onde eles estudavam, Erick, o mais velho, era muito travesso e inteligente e estava sempre correndo atrás de uma bola. Em sua homenagem, todos os colegas foram às aulas trajando branco.
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O jornal também informa que, assim que chegou a Ponce vinda de Los Angeles, onde estava a trabalho, Marlene teve que ser hospitalizada devido ao forte impacto emocional ao saber da notícia. A internação a impediu de reconhecer os filhos no Instituto de Ciencias Forenses (equivalente ao IML). Só após essa etapa é que poderá ser realizada a autópsia e a consequente liberação dos corpos para os funerais.
Outro fato que está repercutindo muito na imprensa local é a denúncia de que Marlene já havia procurado a polícia para se queixar da violência do marido. Conforme a Procuradora das Mulheres Wanda Vázquez disse ao Primeira Hora, havia registros de ocorrências anteriores, inclusive na frente dos filhos. O mais recente, inclusive, teria ocorrido em 10 de outubro.
Nestes casos, salienta Wanda, a norma seria tomar precauções para que as crianças fossem protegidas. Mas, rebate o fiscal do distrito de Ponce, Richard Rosado Jiménez, não foi feito nada porque a própria mãe depois disse que seu agressor tratava bem os filhos.
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