O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, asilado na Embaixada do Equador em Londres desde 2012, estaria disposto a se entregar à justiça do Reino Unido, se receber a garantia de que não será extraditado para os Estados Unidos, informou nesta sexta-feira um de seus advogados.
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“Ele poderia enfrentar esta situação, é claro que poderia. Mas o que sua equipe jurídica pede é garantias de que depois dessa condenação não seja extraditado para os Estados Unidos”, afirmou o equatoriano Carlos Poveda, um dos advogados de Assange, para o canal Ecuavisa.
A justiça britânica mantém um mandado de prisão contra Assange por violar as regras de sua liberdade condicional quando foi acusado de supostos crimes sexuais cometidos na Suécia.
Embora as acusações suecas tenham prescrito, o criador do WikiLeaks teme que se deixar a embaixada possa ser extraditado para os Estados Unidos por vazar milhares de segredos oficiais através do seu site.
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“Na justiça britânica, ele (Assange) pode até ser condenado de três a seis meses de prisão”, disse Poveda.
Ele acrescentou que a garantia de que não será entregue aos Estados Unidos é a “condição extremamente importante” para o australiano de 47 anos se submeter à justiça britânica.
Na quinta-feira, o procurador-geral do Equador, Íñigo Salvador, disse a repórteres que Quito evocou duas alternativas para resolver o caso Assange: que se entregue à justiça ou permaneça na embaixada sob as regras para visitas, comunicações e salubridade.
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O procurador disse que o chanceler equatoriano, José Valencia, informou sobre este protocolo em agosto em uma carta ao ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, diretor da equipe legal do australiano.
Poveda enfatizou que as regras foram impostas de maneira unilateral em 12 de outubro e que “violentam alguns direitos de caráter fundamental” de Assange, a quem Quito chegou a dar e ele asilo diplomático que não foi reconhecido por Londres.
A Procuradoria negou “enfaticamente” nesta sexta-feira “que tenha violado ou restringido qualquer direito constitucional” de Assange.
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A justiça equatoriana deverá resolver uma ação constitucional apresentada por Assange contra Valencia para conseguir o restabelecimento de suas telecomunicações, cortadas desde março, e impedir a aplicação deste protocolo.
O Equador suspendeu todas as comunicações de Assange com o exterior da embaixada por faltar a seu “compromisso escrito de não publicar mensagens que constituíram uma ingerência na relação com outros Estados”.
* AFP