A Polícia Civil anunciou nesta quarta-feira (9) duas novas prisões de suspeitos do assalto a uma agência do Banco do Brasil em Criciúma, no Sul de Santa Catarina. Com essas detenções, chega a 14 o número de presos pelos investigadores. 

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Até o começo da semana, tinham sido confirmadas 12 prisões de suspeitos envolvidos no crime. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de SC (SSP), as duas novas prisões divulgadas são de suspeitos presos logo após o crime. Não foram divulgadas mais informações sobre essas prisões.

Segundo o delegado Anselmo Cruz, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), as prisões ajudam a decifrar como o crime foi planejado

— Essas peças iniciais com as prisões em flagrante vão ajudar a construir o ‘quebra-cabeça’. Apesar dessas prisões em flagrante e da fuga dos criminosos, o que aconteceu foram peças que desde o primeiro momento, naquela madruga, já foram identificadas pelas forças de segurança e que estão sendo postas na mesa — disse Cruz, em analogia ao inquérito policial.

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O anúncio foi feito em coletiva nesta quarta-feira à tarde, em Criciúma, com a presença do governador Carlos Moisés (PSL). Além das prisões, a polícia confirmou uma ação de busca e apreensão realizada no Ceará ainda nesta quarta. 

Responsável pelas investigações, Anselmo Cruz disse ainda que a polícia trabalha para localizar um imóvel que teria sido usado pelos criminosos durante o planejamento da ação. O local seria próximo à agência onde foi cometida a ação. 

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Ação integrada 

Durante a coletiva foi destacado o trabalho entre as forças policiais. O diretor-executivo da Polícia Rodoviária Federal (PRF), José Lopes Hott Junior, afirmou que das 14 prisões, 10 ocorreram a partir de informações obtidas pela PRF. 

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A Polícia Federal (PF), de acordo o superintendente em Santa Catarina Ricardo Cubas, atua com a busca em banco de dados, delegacias especializadas e eventos parecidos. São analisados os tipos de armamentos utilizados, a forma de agir e se há participação de organizações criminosas.

— As pessoas que atuam neste tipo de crime não respeitam fronteiras. Hoje eles estão atuando em Santa Catarina, amanhã no Paraná e depois em algum Estado do Nordeste. Não é a primeira vez que eles praticam esse tipo de crime — comentou.

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Relembre o caso 

Na madrugada do dia 1º de dezembro, cerca de 30 homens encapuzados agiram no assalto ao cofre da tesouraria regional do Banco do Brasil. O local fica anexo a uma agência bancária, no Centro de Criciúma.

Durante a ação, que durou cerca de duas horas, o grupo atirou em um policial militar, fez reféns e bloqueou ruas. Jeferson Luiz Esmeraldino, segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São João Batista.

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Dez carros usados pelo grupo na ação foram encontrados escondidos em um milharal na cidade vizinha de Nova Veneza.

A polícia também encontrou um galpão utilizado pelos assaltantes, em Içara, também no Sul de SC, a 9 km de Criciúma. Segundo a PM, o local foi utilizado para pintar os carros usados pelos criminosos no assalto.

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A estimativa da polícia é que a quadrilha tenha levado cerca de R$ 80 milhões, informou o delegado Anselmo Cruz, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic). A declaração foi dada no último domingo (6) ao Fantástico, da TV Globo. 

Até segunda-feira (7) haviam sido localizados mais de R$ 1 milhão. A prisão mais recente até então tinha sido realizada no sábado (5) em Blumenau. Um homem foi preso hospedado em uma pousada no bairro Vila Nova.

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A operação, que envolveu os agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), apreendeu com o suspeito R$ 26,5 mil em espécie, um carro recém-adquirido — que foi pago em dinheiro vivo, segundo a PM —, diversos chips de celulares, um caderno com anotações financeiras, dois celulares e “demais elementos que o ligam com o crime”.

Com as outras duas prisões confirmadas nesta quarta (9), o total de suspeitos capturados chegou a 14.

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