Todos os dias, pelo menos um comerciante tem sido alvo de criminosos que invadem os estabelecimentos armados em busca de dinheiro ou qualquer objeto de valor. O roubo a comércio – com emprego de violência – aumentou 90% de 2012 para 2014 em Joinville, conforme os registros da Secretaria de Segurança Pública.
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De 237 ocorrências em 2012, a maior cidade do Estado passou a registrar 450 no ano passado. Em 2015, a estatística continua no mesmo ritmo. Pelos dados mais recentes, em 56 dias foram 69 ocorrências.
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As 16 câmeras de segurança da loja de roupas do comerciante Adilson Fontes, no bairro Boa Vista, não foram suficientes para intimidar uma dupla de criminosos que roubou o estabelecimento na semana passada. Sem tirar o capacete e com uma arma em punho, um dos bandidos rendeu o proprietário. A dupla se contentou com o pouco dinheiro que havia no caixa, pegou algumas peças de roupas e fugiu numa motocicleta. Este é o quarto assalto em três anos no mesmo comércio.
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– Está difícil de ter segurança com a lei que temos. Eles (criminosos) podem fazer o que querem e nada acontece – lamentou.
Depois do susto, o comerciante pensa em novas estratégias para preservar a integridade dele e dos funcionários. O mesmo tem feito a gerente de uma ótica que foi alvo de criminosos no início do ano. Porém, no caso dela, não houve violência, o que caracterizou furto (e não roubo). Esse tipo de crime cresceu 13,3% no mesmo período. Nos primeiros 56 dias do ano, foram 65 casos de furto em Joinville.
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A gerente da ótica, Rafaela Paloma Teodoro, está com receio de perder a franquia, pois desde que abriu o estabelecimento, em dezembro, a loja já foi furtada duas vezes.
– A gente paga imposto e nada acontece – reclamou a gerente, que teve prejuízo de mais de R$ 10 mil.
No início do ano, um comerciante não teve a mesma sorte de sair ileso e acabou morto durante um assalto. Vagner da Silva, de 45 anos, dono da mercearia no Jarivatuba, levou um tiro na cabeça. O suspeito fugiu a pé.
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Tendência é haver bandidos mais violentos, afirma delegado
As polícias Civil e Militar confirmam o crescimento da criminalidade e ambas reivindicam mais efetivo para dar conta da demanda. A tendência, avaliou o delegado da Divisão de Roubos, Marcel de Oliveira, é não só aumentar o número de casos como também a violência com que os crimes são praticados.
A escalada está relacionada não apenas com o crescimento da população, mas com a posição estratégica de Joinville, entre duas capitais (Curitiba e Florianópolis), pelo fato de estar no trajeto da BR-101 e pela proximidade com o PR.
_ Cada vez mais, o cidadão precisa se preocupar em preservar a integridade física, porque os criminosos estão menos preocupados com o tipo de violência que terão de aplicar _ alerta o delegado.
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O coronel Benevenuto Chaves Neto, comandante da 5ª Região da Polícia Militar, acrescenta que a impunidade é o gatilho para essa realidade.
_ Hoje, o marginal sabe que não vai ficar preso e, se for, vai ficar poucos dias e logo voltará para as ruas _ conclui.
