Clientes se jogando no chão, pais correndo com filhos apavorados, funcionários de lojas e moradores indo para os fundos se proteger. A correria era impulsionada por estrondos que não cessavam e pareciam ser de paredes desabando.
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Os relatos são de pessoas que testemunharam ou estavam próximas do assalto ao carro-forte na frente do supermercado Angeloni da Avenida Beira-Mar Norte, na Agronômica, ao meio dia desta terça-feira, em Florianópolis.
Na troca de tiros com os assaltantes, o vigilante Eder James Correa da Silveira, 52 anos, levou um tiro na cabeça e morreu no hospital. Carlos Eduardo Tomaz, o Cadu, 18 anos, identificado como um dos ladrões, foi baleado e acabou morto.
“Logo vi que não era foguete”
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— A gente estava almoçando, eu e meu marido. Escutei barulho na frente e logo vi que não poderia ser foguete. Falei: ‘é tiro’ e corremos para os fundos, deitando no chão. Espiei no fundo e vi três saindo correndo, de coletes, encapuzados e uma arma grande. Deu medo que viessem aqui — contou a dona de casa Verônica Cunha, 75 anos, moradora há 50 anos na rua Carlos Corrêa, ao lado do supermercado e onde aconteceu o assalto.
Verônica afirma que nunca havia presenciado um roubo desse porte na região, no máximo ouviu tiros após fugas da Penitenciária, que fica na região.
Os bandidos buscavam o malote com dinheiro que seria levado pelos vigilantes no carro-forte. Com a reação dos seguranças e a troca de tiros, os criminosos abandonaram o veículo em que estavam, um HB20, e saíram correndo a pé. Em seguida, roubaram um Vectra e fugiram.
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Os assaltantes não entraram dentro do supermercado e correram em direção ao Morro do Horácio, de onde seriam os integrantes da quadrilha.
“Vi senhoras correndo deitando no chão”
— Estava na praça de alimentação, na fila para almoçar. Vi senhoras correndo, deitando no chão, crianças chorando. A sensação é que a parede estava desabando — narrou Luci Lacerda, funcionária de uma loja bem na frente de onde parou o carro-forte e aconteceu o tiroteio.
Ao retornar para a loja, Luci viu o vigilante e o assaltantes baleados na rua e a multidão de pessoas em volta, assustadas. Em seguida, amigos começaram a ligar para saber como ela estava.
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— Quando vi as pessoas caídas veio a dor. A gente lamenta e reza por eles — disse a funcionária da loja, que sempre atende com a porta chaveada.
Os tiros também geraram manifestos nas redes sociais. O jornalista Maurício Oliveira postou que fazia compras tranquilamente no supermercado quando escutou um tiroteio que parecia vir da garagem subterrânea e provocou pânico geral.
“Pessoas entraram no supermercado gritando e correndo em busca de proteção. Acompanhei a multidão e busquei refúgio no fundo do estabelecimento. Passou pela minha cabeça que poderia ser um desses malucos que atiram em todo mundo. Alguns minutos depois, com tudo mais calmo, fui ver o que tinha acontecido: tentativa de assalto ao carro-forte que estaciona na rua ao lado do supermercado”, escreveu o jornalista, comentando que a mãe de 83 anos costuma circular diariamente na área.
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