Após quase 11 meses da denúncia de irregularidade na alteração do entorno da Estação da Memória, antiga estação ferroviária de Joinville, começou nesta terça-feira a retirada do asfalto de parte da área externa.

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O patrimônio é tombado pela Fundação Cultural Catarinense (FCC) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A área de 70 metros de extensão foi asfaltada sem autorização dos órgãos de proteção do patrimônio histórico para servir de plataforma para as atividades educativas do Instituto de Trânsito e Transporte (Ittran).

A retirada dependia de que o Iphan e a coordenadoria de patrimônio cultural da Fundação Cultural de Joinville chegassem a um acordo sobre os procedimentos corretos para a reparação. O memorial descritivo, elaborado pela equipe de arquitetos e historiador da FCC, foi aprovado pelo órgão nacional há cerca de 15 dias.

A remoção da camada asfáltica será feita por detentos, que são orientados pela gerente de patrimônio, ensino e arte, Gessônia Leite, e pelo coordenador do setor de patrimônio cultural, Raul da Luz.

Na primeira etapa, um martelete elétrico será usado para quebrar o asfalto sem danificar os antigos paralelepípedos cobertos pelo asfalto. Quando a camada irregular for retirada, a moldura em granito rosa, que delimita a plataforma de concreto, terá os últimos resíduos eliminados manualmente.

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História centenária

A terceira etapa determina a recuperação da área central, em concreto, que já apresentava rachaduras antes da intervenção.

– Ainda não há um prazo para a conclusão da primeira etapa, mas o material está sendo removido mais fácil do que imaginávamos – garante Gessônia Leite.

O local abriga os resquícios de um galpão destinado ao recebimento e envio de cargas, demolido e reconstruído em 1921. Segundo Gessônia, o ano de conclusão da obra está gravado em uma das pedras de granito.

A estação ferroviária foi inaugurada em 1906. Após a desativação em 1996, a FCC realizou o tombamento estadual. Doze anos depois, o Iphan conferiu ao prédio um novo tombamento, reconhecendo sua importância nacional. O município comprou a edificação em 2000 e iniciou um processo de restauração. Em 2008, ela foi reinaugurada como memória da cidade.

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