Apesar de acreditar que só existem dois tipos de voos: os terríveis e aqueles em que o avião cai, o paraibano Ariano Suassuna até que viajava bastante. Nos últimos oito anos, ele esteve no Rio Grande do Sul pelo menos cinco vezes.

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Em junho do ano passado, às vésperas de completar 86 anos, participou da Feira do Livro de Canoas. Na ocasião, ele criticou a chamada “cultura globalizada”:

– O Brasil tem uma unidade em sua diversidade. A gente respeita a cultura gaúcha, nordestina, amazônica. O que é ruim é este achatamento cosmopolita. Você liga a televisão e não consegue distinguir se um cantor é alemão, brasileiro ou americano, porque todos cantam e se vestem do mesmo jeito.

Em outubro de 2009, uma experiência diferente: palestrou em um congresso voltado para a gestão de pessoas. O escritor aproveitou a viagem para conhecer Ricardo Barberena, professor de Letras do programa de pós-graduação da PUCRS que havia publicado um texto em ZH em sua homenagem:

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– Até hoje, somente quatro textos escritos sobre mim me emocionaram. Três deles foram escritos por pessoas próximas, o que faz com que eu desconfie da sinceridade. O outro foi o de Ricardo. E o artigo dele é literariamente bem escrito – afirmou.

Durante a Feira do Livro de 2008, Suassuna presenteou os porto-alegrenses com uma de suas concorridas aulas-espetáculo. Nela, apresentou o Arraial, grupo artístico que desenvolve, em música e dança, o espírito prático de suas ideias.

Essa não foi sua estreia na Feira. O escritor já havia participado do evento em 2005, depois de recusar convites da Câmara Rio-Grandense do Livro por sete anos:

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– Fico meio azuretado. É muito longe: seis horas e meia de avião – declarou.

Meses antes, ele havia participado da Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo, quando recebeu o título de Doutor Honoris Causa, o primeiro outorgado pela Universidade de Passo Fundo.

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