Lyoto Machida, de 35 anos, chegou ao Ultimate Fighting Championship (UFC) em 2007. Apesar do nome e do rosto que deixam clara a ascendência japonesa, ele é brasileiro de Salvador, criado em Belém. À época, eram oito vitórias em oito lutas no MMA. Foram mais seis combates no maior evento da modalidade no mundo para ter a chance de enfrentar Rashad Evans pelo cinturão dos meio-pesados. Um nocaute no segundo round deu a Lyoto o título.
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Após a primeira defesa bem sucedida em uma luta polêmica contra o compatriota Maurício Shogun Rua, Machida perderia o cinturão exatamente para Shogun na revanche. A derrota trouxe certa instabilidade à carreira do carateca. Depois, foram três vitórias e três derrotas.
A fase irregular motivou Lyoto a buscar novos desafios. O baiano desceu de categoria e agora está entre os pesos-médios. Na primeira luta nesta categoria, venceu o amigo Mark Muñoz por nocaute em outubro. Neste sábado, em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, quer o segundo triunfo. O adversário é Gegard Mousasi, que também baixou de peso em busca de espaço. Eles fazem a luta principal UFC Fight Night 36.
Zero Hora conversou com Lyoto Machida sobre a luta, a mudança de categoria e o futuro do seu amigo e ex-campeão dos médios Anderson Silva, que fraturou a perna na revanche contra Chris Weidman em dezembro.
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Zero Hora – Como está a sua adaptação aos pesos-médios?
Lyoto Machida – Tenho me adaptado muito bem nos médios. Sinto-me mais leve e consequentemente mais rápido. Eu sempre tive a opção de descer de categoria por conta do meu peso, isso sempre foi uma possibilidade e sempre tive vontade de testar. A experiência tem sido ótima.
ZH – O Mousasi fará sua primeira luta nos médios pelo UFC. Isso pode te beneficiar de alguma forma?
Lyoto – Ele já foi campeão nos médios no Dream, no Japão, e no Cage Warriors, no Reino Unido, e tem muita experiência nessa categoria. Estou preparado para um combate duro, com dois lutadores disputando pra valer dentro do octógono.
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ZH – Será a sua segunda luta no Brasil em menos de um ano. É diferente competir em casa?
Lyoto – Lutar em um grande evento, como o UFC, no meu país é sempre emocionante, mesmo sendo a segunda vez (na primeira, ele perdeu por decisão para Phil Davis). Melhor ainda será poder comemorar uma vitória com a torcida brasileira.
ZH – Há muitos brasileiros perto de você no ranking dos médios. Você já sinalizou que gostaria de enfrentar o Vitor Belfort. Mas, pelo cinturão, você toparia enfrentar Anderson Silva ou Ronaldo Jacaré?
Lyoto – A gente tenta evitar ao máximo enfrentar os brasileiros, mas tem uma hora que é impossível porque todos estão bem ranqueados. Então como eu sempre digo: o quanto eu puder evitar enfrentar o Anderson, eu evitarei.
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ZH – O Mousasi não perde há sete lutas. O que é preciso para vencê-lo?
Lyoto – Nada mais que muito preparo e uma boa estratégia na hora da luta. É o que eu tenho feito nas últimas oito semanas; treinado muito e sem parar.
ZH – De todos os lutadores que você já enfrentou até hoje, contra quem gostaria de disputar uma revanche?
Lyoto – Estou em uma categoria agora em que todas as lutas são novas para mim, então não há revanche que eu queira fazer. Meu foco agora é disputar o cinturão da categoria.
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ZH – Você acredita na recuperação total do Anderson e num retorno dele para disputar o cinturão?
Lyoto – Claro, ele tem muita garra e força de vontade. Logo ele estará no octógono e em forma para novas disputas.